Hoje !!!

Hoje acordei com a certeza que o dia tinha que correr bem, tive uns cruzamentos com gente burra, umas trocas de opiniões mais exaltadas, fui confrontada mais uma vez com a inércia e complacência do nosso país, mas já passou.

Fui cortar o cabelo, curtinho... É estranho... mas acho que vai ser melhor assim. Sinto uma energia e uma força fora do normal. Talvez por ser sexta feira e a avó ficar com os meus filhotes. Talvez porque o Verão me faz bem. Talvez porque já tenho uma ideia de como vão ser os próximos tempos. Ou, talvez, porque sou inconstante e na segunda vou estar neura. Não interessa!

Interessa que hoje me sinto calma e preparada psicologicamente para o que vou enfrentar... e eu odeio vitimizações!

Hoje acho que 4654 era um número que me ficava melhor....

Onde eu gostava tanto de ir esta noite, era ao Seagull... mas ardeu raios...

O que é isto??

"Não sejas ovelha, bebe B - Groselha"
Juro que esta frase está pespegada em toda a cidade. Isto é a prova do estado mental em que nos encontramos...
Já agora... O juíz está incomodado com o filme da Alexandra???
Mas que merda é esta??

Ahhh!


O único pensamento que me ocorre neste momento é:

A nossa prestação do crédito à habitação vai baixar já no próximo mês em 204.42€!!!!

?????????

Até aqui educar tem sido fácil...




- Diz obrigada.


- Tu dizes obrigado.


- Não se canta à mesa.


- Deves dizer...


- Deves fazer...


- Comer de boca fechada, ajeitar o talher, limpar boquinha antes de pegar no copo...

Isto é fácil!



De repente...

Estou eu na cozinha, começo a ouvir:

- Olha Marta, esta é a casa de banho, e olha só o poster que tenho na parede... Marta, Marta, queres ver o quarto do meu irmão???

Andava a minha pré adolescente pela casa, de portátil na mão.... a mostrar a casa aos amigos...

De repente...

Ela - Mãe!!! O professor ajudou nas provas de aferição!

Eu - (Silêncio)

Ela - Mas eu como achei mal, fui contar à Directora do colégio.

Eu - (Silêncio)...

De repente...

Eu - Que aconteceu aos pelos que tinhas nas pernas??

Eu - Amanhã vou comprar cera!

De repente...

Ela - , bué, stora, Hannah Montana, Katy Perry...

Eu - Vou comprar-te o Diário Secreto de Adrian Mole... e para mim pode ser Adrian Mole na crise da adolescência.

De repente...

Passaram 10 anos, olho para os adolescentes à minha volta e choro. Faltam-lhe valores, não têm raízes, não têm educação, respeito, estatura moral!

Juro que os meus meninos não vão ser assim!

Vou estudar melhor o assunto!

Cobaia? Não!

Sou o nº 4606... (parece-me bem)





Ando em stand by neste assunto... Ando a preparar-me... a falar... a pensar... a ouvir...





Vai começar terça feira, 2 de Junho...(também me parece bem)





Como este fim de semana vai ser o último "em condições"... Parece-me que vou extravasar... Posso ???




Modas

Confesso que sou totalmente adepta daquilo que gosto e pronto. Sou perspicaz, observo, reparo, e claro sei identificar as tendências da moda.


Numa linda vila no baixo alentejo, há uma procissão em nome do Sr. dos Passos, em que o andor é seguido por um conjunto de crianças com vestidinhos roxos e asinhas de anjo. É bonito!

O que já não me parece nada bonito é a quantidade de roxo que me ataca a vista! Mas tá tudo roxo?

Está tudo igual, todos vestidos da mesma forma? Os mesmos colares, as mesmas túnicas ou vestidos, ainda nem percebi, os mesmo sapatos aqueles que parecem sapatos de gladiadores. O pior é que é tudo roxo! E sendo roxo, aliado a uma cabeleira pintada de louro....

Poxas que não consigo mesmo acompanhar a moda!

Noite


É aqui, agora, a esta hora que, sozinha me sento... O beijo que dou aos meus meninos enche-me o peito de outro ar. Agora não sou tanto mãe, nem tanto zeladora da casa, agora sou mais eu.


É aqui, a esta hora que fico sozinha, só comigo.


Preciso do silêncio que me obriga a ouvir-me. Preciso da voz que me faz rir e dá paz.

Preciso ser só eu por um bocadinho. Preciso dos olhos que me sorriem e conhecem.


Há noites em que deixo o mundo preso lá fora. Há noites em que me deixo atormentar por pensamentos. Há noites que sinto tão curtas, que queria mais. Há noites de cansaço.


A noite de hoje ainda tem a memória da última noite em cada bocadinho de mim, hoje estou simplesmente aqui... Deixo os meus pensamentos divagar...


O silêncio hoje trouxe-me paz.


Até amanhã!



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Estou tão orgulhosa!!! minha flor odeia a Kitty!!!! Aliás esta foto roubei-a do blogue dela!






Sim, a a minha filhota tem um blogue.... e também tem 9 anitos, quase 10... Pede-me para ser pré adolescente. Vá lá saber-se o que isso é. É muito mais adolescente que eu com aquela idade...




O problema é que pespegou fotografias das amigas e amigos com nomes e tudo no seu bloguinho lindo... Eu estou naquela linha perigosa entre o confiar e o temer! Entre permitir a liberdade de viver e protegê-la do que está lá fora. Entre deixá-la sonhar e prendê-la a uma realidade que eu não queria que fosse a dela...

Vou mais uma vez dar-lhe uma explicação e mais uma vez pintar o mundo de negro? Falar de pessoas más, dizer-lhe que todas as histórias negras que nos entram casa a dentro a toda a hora, existem mesmo? Vou trocar a alegria que teve quando homenageou amizades por um qualquer tipo de receio mórbido?


Vou!


Vou mais uma vez inventar uma fórmula bonita de falar de privacidade de terceiros, de cuidado com a nossa privacidade, com a nossa segurança.


Parece tão simples, mas naquela cabecinha linda houve um intuito primordial, homenagear os amiguinhos, falar dela abertamente, desabafar um bocadinho.


Com 10 anos a minha avó mandava-me às compras sozinha, nesse tempo eu e mana ia-mos brincar na rua, perto de casa, sozinhas. Nessa altura era mais fácil viver, ser criança, ser livre.


Lá estou eu naquela linha tão ténue entre dar a liberdade, permitir-lhe crescer, escolher, decidir e fechá-la, prendê-la debaixo da minha asa, segura, quentinha.


Raio de mundo doente este!


Raio de vida sempre condicionada.


Raio de dia cinzento, chuvoso.


Estive zangada, triste, irritada.


Amanhã quero ir ver o mar.


Agora vou dormir.


Amanhã... vai ser um dia melhor!


Dia da Espiga



... dia da espiga! O raminho até é bem giro, gosto tanto de flores e ainda mais flores do campo.

O dia da espiga era também o "dia da hora" e considerado "o dia mais santo do ano", um dia em que não se devia trabalhar. Era chamado o dia da hora porque havia uma hora, o meio-dia, em que em que tudo parava, "as águas dos ribeiros não correm, o leite não coalha, o pão não leveda e as folhas se cruzam". Era nessa hora que se colhiam as plantas para fazer o ramo da espiga...

Ora aí está!!! É precisamente meio dia e está tudo parado!! Eu própria já tenho as chavitas do carro na mão e uma desculpa fantástica para sair daqui e ir comprar uma espiguita!

Creio que até o meu cérebro parou...

Perspectiva

Na teoria cognitiva, é a escolha de um contexto ou referência (ou o resultado desta escolha) de onde parte o senso, a categorização, a medição ou a codificação de uma experiência, tipicamente pela comparação com outra. Pode-se posteriormente reconhecer diversos significados de diferença subtil.
Essa diferença subtil, poderá ser gigantesca, se abrirmos a mente...
A perspectiva vertical lunática... estamos lá em cima... corremos sem ver, pisamos relva e gente, somos aparentemente invadidos pela magnitude da grandeza, muitas vezes uma grandeza disfarçada, percorremos com demasiada leveza os trilhos que se iluminam.
A perspectiva horizontal... temos os pés na terra... somos conhecedores da realidade e por vezes aceitamo-la. Temos obstáculos, dor, mágoa, raiva, alegrias e tristezas, sorrisos e lágrimas. Temos aquilo para onde desviamos a nossa atenção, somos reais. Temos o trânsito, o telemóvel, o horário, temos os beijos e os abraços, corremos, paramos e somos... simplesmente!
A perspectiva escondida... Sabemos da sua existência mas raramente nos posicionamos de forma a vê-la, porque magoa! É a perspectiva de quem consegue descer, descer até onde existe gente sem possibilidade de escolher uma perspectiva diferente. Nesse sítio onde deveríamos ir de vez em quando para depois regressar à nossa perspectiva de eleição, mas com uma ideia diferente da realidade.
Claro que tudo isto parece ir dar àquelas mensagens demasiado lidas e ouvidas... A Guerra, a fome, as crianças... Não, não é isso que estou a sentir!
Estou a sentir o sol que hoje está mais quente, de manhã abri a janela só para receber um ventinho fresco e dizer bom dia à minha vida maravilhosa! É preciso baixar os braços, deixar que alguma humildade nos invada para descer... e depois apreciar a maravilhosa possibilidade de crescendo, subir até onde lutámos por estar, ou até onde no foi possibilitado estar.
É verdade, tenho uma vida maravilhosa... Estive num sítio onde não existem grandes perspectivas, existe gente, existe gente que cuida de gente, existe tudo o que é inerente ao mais básico da nossa condição humana... a própria condição humana! Não é bonito, não é alegre mas também não é um filme. É uma outra perspectiva! Estive de passagem, sem grandes alaridos, sem medo... talvez por esse motivo tenha observado serenamente o mundo que me rodeava, desta vez na perspectiva escondida.
Fez-me bem! Enaltece os valores, relembra raízes, torna-me melhor pessoa!
P.S. - Denúncia contra panquecas:
Em vez de um prato com uma panqueca alta e fofa, apareceu um pires com uma coisa crua e fininha. Em vez de um pratinho com doce de morango, apareceu uma coisita com algo duro e ressequido. As panquecas já não são o que eram. Que voltem já. Por favor!

Está sol!

Dr. House ligou...

Hoje já não há análise nem Eco.

Hummm, vou comer uma Panqueca com doce de morango à Mexicana!

Podia dar-me para pior!

a dois....

O que eu sinto eu sei... maravilhoso é saber o que tu sentes. Tanto se fala, tanto se fala, mas ninguém sabe o que é ter-te a meu lado.

Olhar que transcende qualquer palavra, abraço que faz escorrer o mal da vida, estás sempre tão atento, sempre ali. Inundas a minha vida sem a pisar, sem condicionar. Respeitas o meu pensar e o meu ser, continuas quando às vezes quero parar. Não me prendes mas seguras a minha mão, mesmo nas quedas.

Sou teimosa eu sei!
Tenho mau feitio, às vezes!

Não te tenho quando quero, não falamos quando preciso, muitas vezes acordo quando te deitas, temos um feitiço conquistado à custa de alguns anos de vida, temos respeito um pelo outro!

Quando o sol parece esconder-se da minha vista, lá estás tu, a tempo e horas para me aquecer. Quando parece que a pobreza de espírito do mundo inteiro se junta com a mesquinhez que me atormenta, quando a estatura moral do que me rodeia não ultrapassa o admissível, eu sei, tu vais estar lá.

Não me sufocas, não me esqueces, deixas-me voar e ser eu, aceitas o meu mundo, as minhas decisões. Acatas as minhas fantasias, entendes os meus receios.

Voamos os dois tão alto, libertos de medo, para depois cansados adormecer-mos nos braços um do outro.


Amo-te tanto Pedro! Obrigada!

Hoje


Há uns anos eu tinha um diário, livrinho pequeno cheio de sonhos e poesias. Depois tinha um ficheiro no computador, guardado por uma palavra passe, chamava-se Inês, ficaram lá anos da minha vida, escritos com a garra de uma mulher cheia de espiritualidade.
Mais tarde, agora, quis ter um blogue. Primeiro quis ser uma Pipoca anónima. Achei que o meu blogue ia continuar os meus diários, com textos que me saíam da mente cheios de leveza, bonitos, muitos deles irreais mas bonitos.
Afinal, porque assim teve que ser, quando aqui entro, invade-me aquela honestidade de que tanto preciso. São os desabafos, aqueles desabafos que são raros. Ninguém me está a ouvir!
Hoje cheguei aqui e fiquei surpreendida. Bem hajam vocês que disponibilizam um bocadinho do vosso tempo para, de coração aberto acredito, escrever umas palavras a uma Pipoca anónima que se chama Inês.
Hoje as perspectivas mudaram, deixei de ser uma (talvez) cobaia que até se sentiu importante por participar num estudo. Hoje acordei com a frieza do resultado de um Fibroscan. Acordei a medo, medo de como ia reagir, medo de quebrar.
O maldito exame considera que tenho um grau de fibrosidade severo. Mudou tudo! Afinal não vou participar alegremente numa experiência, afinal preciso desta experiência.
Muda tudo em algumas palavras, numa sala feia e escura, quando o Dr. House tira os óculos e fala. Deixo-me levar por onde ele quer. Ele quer fazer uma biopsia. Eu faço-a. Nem penso muito na agulha enorme, já nem penso no cabelo. Penso que a resposta não está à minha volta, sei que a resposta está em mim.
Hoje vou tomar mais uma decisão. Vou seguir a estrada dos tijolos amarelos, levo comigo o espantalho medroso, o homem de lata sem coração e vou cantar até chegar à minha casa.
Vou decidir que esteja o que estiver no fundo da estrada, vou estar de cabeça erguida e com o meu sorriso sempre comigo.
Por enquanto... não me ocorre nenhuma ideia para um texto bonito, nem sinto que a minha espiritualidade me encoraje a sonhar. Talvez mais logo.

Cobaia II


Fui falar com o Dr. House dos meus meninos...
- Como se chama o fármaco???
- Não sei!
- Qual o laboratório?
- Não sei!
.... Hummm...... espera aí!
- Estou? Cristina querida, olha lá, fala-me lá desse fármaco em estudo neste momento, são 400.... Ah!!
Pronto! Decisão tomada, vou entrar numa estatística de 400, chego a sentir-me importante. Depois da decisão tomada, sexta feira à tarde, nada como dois dias entupida com pensamentos, questões e dúvidas. Dói-me o cérebro de tanto pensar. Estou mais calma, mais confiante. Estou a acreditar que vai correr tudo pelo melhor, esforço-me por não pensar no cabelo. Esforço-me por lembrar-me que sou forte.
Parece que há aí um livro novo de nome "Fuck it", defende que devemos dizê-lo sempre que nos apetecer.... então olha...
Fuck it!!

Tita



Tita continuava sentada na margem do rio, continuava agarrada àquela mistura de água e terra. Os olhos postos num lugar distante, numa outra margem, as mãos submersas agarradas ao presente. A alma longe...
Tita crescia incrédula. Ela amava e entregava-se, ela acreditava sempre, era amiga. No seu mundo não haveria por que mentir, para quê? As palavras saíam do peito e chegavam ao peito. Por isso a magoavam.
Afinal outros não eram a sua imagem, afinal havia mais que o simples olhar, havia teias de palavras, teias de imagens. Imagens dissimuladas, verdades enterradas, mentiras ofuscantes.
Tita crescia incrédula! O rio continuava lindo!

Cobaia ???




Lá fui, com a serenidade que normalmente me assola quando deveria já deveria estar à beira de um ataque.

Lá veio prontamente o Dr. House, este não coxeava... Falou, falou, falou... entendi-o. Como qualquer um entende sempre o Dr. House, com uma lágrima quase a cair...

Resumindo:

Dr. House:
- Fármaco novo.
- 400 pacientes neste projecto a nível mundial.
- Nesta data apenas 30 concluíram, 70% (dos 30) positivamente.
- Ou entra já, ou já não entra. Daqui a uns anos talvez seja tarde demais.
- Não se conhecem os efeitos colaterais.
- Experiência de Nível II. (?????)
- Você é jovem, tem que aproveitar esta oportunidade única.
- Talvez este fármaco seja eficaz e nunca venha a ser comercializado.
- Segunda feira venha cá fazer um Fibroscan.
- Bla Bla Bla Whiskas saquetas.

Eu:
- A que horas?

Conclusão:

Seria um vendedor a impingir-me um detergente? Serei a única candidata? Confusão, confusão, confusão.

Outro dia escrevi que precisava informação para não haver alarme, neste momento sinto-me detentora de toda a informação, mas como sou mulher e por isso complicada, dedico-me a duvidar das intenções.

Vou sair, vou falar com mais um Dr. House, o dos meus meninos, imagino que não ganhará nada em que eu seja cobaia, senão começarei a sentir-me alvo de perseguição.

Por enquanto fico-me pela decisão:
Sim, segunda feira vou fazer o fibroscan.

Para nós!

A maldita matemática!

"Bem, as bonecas compreendiam a canção, a pequena Amália compreendia-a e o estudante também. Afinal, ele é que a tinha escrito e ele dizia que era excelente. Só a tia Malle é que não a percebia — mas a verdade é que ela já tinha saído do mundo da infância há tanto tempo que não admirava. A tia Malle podia dizer que a cantiga era um disparate, mas a Amália não achava. E continuava a cantá-la."
(Foi Hans Christian Andersen quem escreveu e quem fez o recorte em papel)
Ontem ouvi a minha flor dizer:
- Mas mãe, eu não consigo gostar de Matemática.
Pensei de imediato em todas as vezes que ela me quis ler os textos maravilhosos do seu livro de língua Portuguesa. Na lágrima que quase lhe caiu quando leu a "Pequena vendedora de fósforos". Lembrei-me das noites que insistiu ler-me o livro do Miguel Sousa Tavares... e até o Diário do Micas. Lembrei-me da alegria que senti ao perceber a alegria que ela sente quando lê. Que bom!
E a Matemática????
Na 4ª classe... Vejo com atenção os manuais, são todos bonitos, apelativos, o de Matemática principalmente...
Há uns tempos atrás a Mariana chorava, não conseguia fazer contas de dividir por dois algarismos, é chato, eu sei... Sentei-me com ela, algumas horas, fui buscar a força e a boa disposição que já não tinha àquela hora, fizemos as malditas contas e rimo-nos. No dia seguinte ao entrar para o carro reparei que ela trazia uma folha de papel e um lápis na mão. Para fazer mais umas contas... De repente ouço-a dizer:
- Ah! Primeiro as meninas e depois os meninos, não é mãe??
Ri baixinho, foi uma das formas que inventei para lhe explicar por que algarismo iniciar a conta...
Na infância (onde eu ainda tento estar), há o mundo maravilhoso e inato dos sonhos, da imaginação, os livros estão repletos de sonhos, a matemática não.
Então... Por enquanto, vou eu tentando pôr a matemática a sonhar na sua cabecinha, e sorrir quando falamos dos malditos decilitros e centigramas. Cantar com as décimas, contar histórias com os números romanos....
Entretanto vou tentando ignorar a pressão exercida nestas crianças com as provas de aferição, vou aligeirando a coisa... afinal a minha flor já sabe fazer as contas de dividir por dois algarismos...
Quem sabe a Mariana assim não entre nos números vergonhosos das estatísticas.

Porquê?




Não me peçam razões, que não as tenho,
Ou darei quantas queiram: bem sabemos
Que razões são palavras, todas nascem
Da mansa hipocrisia que aprendemos.


Não me peçam razões por que se entenda
A força de maré que me enche o peito,
Este estar mal no mundo e nesta lei:
Não fiz a lei e o mundo não aceito.

Não me peçam razões, ou que as desculpe,
Deste modo de amar e destruir:
Quando a noite é de mais é que amanhece
A cor de primavera que há-de vir.

José Saramago, in "Os Poemas Possíveis"




Disparatando II

O Casamento é um relacionamento a dois, no qual uma das pessoas está sempre certa e a outra é o marido.

O melhor é disparatar!




As calorias são pequenos animais que moram nos roupeiros e que durante a noite apertam a roupa das pessoas.

O dia começou mal... ou não!

Há factos inalteráveis na nossa vida! E eu aceito-os o melhor que posso... tento ser positiva porque tenho motivos para isso.

A única consequência das grandes asneiras que fiz, naquele tempo em que achava que nada me aconteceria, vá lá saber-se porquê.

O meu vírus irritante... lá está calminho, sem me dar grandes dores de cabeça, o meu fígado está óptimo e recomenda-se, a minha hepatite C é muito diferente de qualquer gripe suína, aviária ou felina. É calminha sem hipóteses de aparecer em jornais ou debates na tv.


Existe um tratamento... bora lá Inês fazer o tratamento. Seis de meses de sofrimento incalculável, dos 150 efeitos secundários tive 149.
Resultado: Não resultou!!!

Ah! e tal, tudo bem, não estou doente, há-de aparecer um qualquer fármaco novo.

Hoje mais uma consultinha de rotina, análises e ecografias e pronto, tudo bem como sempre...
Foi logo muito estranho ter sido chamada mal cheguei, não é costume... Na sala além do meu médico havia mais dois. Hum... estranho!

Pois! então existe um tal de inibidor do não sei quantos que está em fase experimental e que eu deveria ser candidata ao protocolo! Protocolo é basicamente eu aceitar e concordar e acarretar com uma experiência e suas consequências.

Estou confusa, tenho duas fotografias dos meus pequeninos aqui no escritório e fico a olhá-las... a tentar raciocinar.

Ontem no prós e contras acerca da gripe ouvi falar da necessidade de esclarecimento para evitar alarmes e para suscitar o alerta. Devemos portanto estar alertas sem fazer alarmes. Para isso precisamos de informação.
No meu caso ela não existe, é apenas uma experiência.

Os olhinhos dos meus meninos obrigam-me a cuidar de mim para poder cuidar deles.

Conclusão, quinta feira reunião com o chefe de equipa médica, para saber detalhes... Os que já sei não são simpáticos, o tratamento é igual ao que já fiz, portanto vou ficar extremamente cansada, a irritabilidade no máximo, a falta de apetite, anemia quanto baste, vou perder dois terços do meu cabelo que já tinha recuperado...vou ter frio e calor e febre. Pronto, a isto juntamos o tal novo fármaco que nem sei se quero saber o que faz!

Por agora vou tentar não pensar muito, vou abrir a minha mente e deixar que na quinta feira tudo decorra serenamente e vou acredita que do outro lado, vai estar uma equipa de médicos que me vão dizer tudo! Tudo! para ficar alerta e sem alarmes.

Dia mau para escrever post's.