Minha homenagem



A confusão a fraude os erros cometidos

A transparência perdida — o grito

Que não conseguiu atravessar o opaco

O limiar e o linear perdidos

Deverá tudo passar a ser passado

Como projecto falhado e abandonado

Como papel que se atira ao cesto

Como abismo fracasso não esperança


Ou poderemos enfrentar e superar

Recomeçar a partir da página em branco

Como escrita de poema obstinado?


Sophia de Mello Breyner Andresen, in "O Nome das Coisas"
Cinco anos após a sua morte, no miradouro da Graça, vamos espreitar?

Sem comentários: