2009 ... Como tudo mudou. Vivemos num mundo virtual, digital, as comunicações proliferam, messenger, cams.
Deixámos de dar prioridade às emoções, aos laços, aos sentimentos. Agora podemos ter tudo o que queremos sem sequer falar, tocar ou sentir.
A sociedade oferece-nos todo o equipamento necessário.
A televisão oferece-nos a possibilidade de nos desligar-mos do mundo real, embrutece-nos o espirito, faz-nos viajar por mundos irreais.
Com a Playstation matamos, ferimos.
Com a Internet somos quem quisermos, somos até anónimos se o preferirmos, conseguimos relações e até sexo. Meu Deus, sem sequer um trocar de olhares.
Na rua cruzamo-nos com os outros milhares desligados da nossa realidade. E esses milhares de realidades que se cruzam não se tocam...
Às vezes a minha mãe contava-me como eram os seus serões, naquele tempo distante em que não existia electricidade e eu pensava... Que tédio! Passaram 20 anos e eu gostava tanto de poder reunir amigos, família, paixões, a roda de uma lareira, onde o silêncio não podia existir, porque as realidades que ali estavam eram as mesmas e uma só.
Estamos distantes, longe de sentir, não o queremos muitas vezes. Já não sabemos sentir. Temos medo.
Um abraço soa a falso, a voz no outro lado do telefone não tem expressão.
Imploramos por uma emoção e exageramos nessa procura. A sociedade então oferece-nos o tal equipamento que tenta satisfazer a procura de emoções.
Não resulta.
E se depois, no final do nosso dia, em casa, encontrar-mos um mundo de emoções, as paixões reunidas da nossa vida, os olhinhos pequeninos que transbordam de alegria, à nossa espera.
Será que não é minha principal prioridade apagar a televisão, desligar o computador, acender a lareira e, abraçados ou de mãos dadas ou simplesmente com a cara erguida, trocar sentimentos, experiências, brincar, beijar, amar.
Hoje vou partilhar contigo e com vocês meus pequeninos, todas as emoções que surgirem da minha alma, sejam elas quais forem. E vou esperar receber as vossas...
... palavras, olhares, beijos ou mesmo o silêncio!
Amo... amo tanto!
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