Sou a louca das respostas, preciso delas. Quero uma explicação para tudo, principalmente para mim, sobre mim. Tenho a mania que sei analisar-me, conhecer-me, compreender-me.
Aventura é um salto para o desconhecido, mas quem salta sou eu, e eu conheço-me.
Neste momento não me revejo, não me compreendo, se eu desenhasse o que passa violenta e alucinadamente pela minha cabeça, seria uma mistura de cores, de traços, qualquer coisa disforme e desajustada.
E respostas para isto?... Eu tento, é um momento da minha vida mais complicado, é o exterior que não ajuda, nem tem que fazê-lo. Será a febre? Será o desconhecido?
Hoje na loja do cidadão sentei-me, 40 senhas à minha frente, decidi fazer algo que amo... Inventários. Olhar para as pessoas, vê-las e imaginar as suas vidas. Aos poucos, fui ficando mais calma, mais divertida. Porque era de outros que se tratava. Depois chegou a minha vez.
Saí, entrei no carro e apeteceu-me chorar! Quis de imediato uma resposta, não sou piegas, não sou fraca... simplesmente deixei que tudo se fosse amontoando no meu cérebro, ficando lá à espera de um momento de paz, fui apenas resolvendo o que não poderia ficar para trás, quase que mecânicamente, sem falhar. Os dias foram passando, as datas gravei-as no telemóvel, a vida foi passando e eu, embrulhada em cores e riscos, fui-me deixando levar.
Agora, aqui sozinha, sem lamentos, na procura anormal de uma resposta, percebi...
Apavorada com o meu estado físico, com medo da injecção no final da tarde, um castelo cinzento cheio de monstros e fantasmas erguido por mim. Encontrei uma resposta, devo agora erguer castelos e arruinar este. Este, ficará lá atrás, à espera.
Os meus castelos de hoje, nem que erguidos à custa de muito paracetamol, vão ser a promessa que não vou pedir desculpas à minha filha, como fiz ontem por duas vezes. Vão ser brincar, às lutas, com dois action mans muito musculados que insistem em agredir-se. Vão ser ir ao Mc Donnalds e sorrir com uns olhinhos verdes que procuram o brinquedo do Happy Meal. Vão ser ajudar a inscrever a Florinha numa coisa chamada ... nem me lembro, um qualquer concurso da Disney. Vão ser perceber como raio a fedelha criou uma conta no hi5 aberta ao mundo. Vão ser responder com o mesmo amor às mensagens lindas que recebo do Pedro.
Estes são os castelo que me vão tirar esta amargura monumental que eu tenho escondido nestes dias, não vai ser a febre que me vai impedir, a amargura de reconhecer que quem mais tem presenciado este estado de confusão, são as três únicas pessoas que não o podem fazer. Uma pequenina que só quer brincar... Uma maior que já conversa, como uma mulherzinha e, que eu insisto em não ver que ela percebe tudo.
Fui obrigada, há muitos anos a fazer algo parecido... chamei-lhe assim, desmontar castelos.
Na minha mente incansável, emotiva, lutadora, inconstante, se não for gerindo as gavetinhas, o hall de entrada congestiona, e depois fico assim, na confusão, no deixar ir.
Reconheço que nos últimos vinte dias, tive, à minha volta, no mais perfeito da minha vida, mil motivos maravilhosos para sorrir. Mil ideias engraçadas para fazer. Quis pintar novamente, Quis comprar gesso. Assisti à mais linda peça de teatro. Consegui que a Flor entrasse na escola que escolhemos, consegui que o Pirolito entrasse na escola onde já era impossível entrar. Este fim de semana o Pedro vai estar na inauguração de mais um projecto fantástico... e eu?? passei ao lado sem um sorriso.
Há sempre, Inês tu sabe-lo, uma força gritante escondida, à espera de uma ordem. Há a perspectiva. Há o simplificar. Há tudo isto, aqui mesmo, nas tuas mãos.
Simplificar é uma chave que insisto em não usar, porque eu não sou simples. Mas de vez em quando, não me fica nada mal aceitar que não tenho que suportar a carga tida de uma vez, tenho que pegar só na mais importante.
Fica a promessa para mim mesma.
Aventura é um salto para o desconhecido, mas quem salta sou eu, e eu conheço-me.
Neste momento não me revejo, não me compreendo, se eu desenhasse o que passa violenta e alucinadamente pela minha cabeça, seria uma mistura de cores, de traços, qualquer coisa disforme e desajustada.
E respostas para isto?... Eu tento, é um momento da minha vida mais complicado, é o exterior que não ajuda, nem tem que fazê-lo. Será a febre? Será o desconhecido?
Hoje na loja do cidadão sentei-me, 40 senhas à minha frente, decidi fazer algo que amo... Inventários. Olhar para as pessoas, vê-las e imaginar as suas vidas. Aos poucos, fui ficando mais calma, mais divertida. Porque era de outros que se tratava. Depois chegou a minha vez.
Saí, entrei no carro e apeteceu-me chorar! Quis de imediato uma resposta, não sou piegas, não sou fraca... simplesmente deixei que tudo se fosse amontoando no meu cérebro, ficando lá à espera de um momento de paz, fui apenas resolvendo o que não poderia ficar para trás, quase que mecânicamente, sem falhar. Os dias foram passando, as datas gravei-as no telemóvel, a vida foi passando e eu, embrulhada em cores e riscos, fui-me deixando levar.
Agora, aqui sozinha, sem lamentos, na procura anormal de uma resposta, percebi...
Apavorada com o meu estado físico, com medo da injecção no final da tarde, um castelo cinzento cheio de monstros e fantasmas erguido por mim. Encontrei uma resposta, devo agora erguer castelos e arruinar este. Este, ficará lá atrás, à espera.
Os meus castelos de hoje, nem que erguidos à custa de muito paracetamol, vão ser a promessa que não vou pedir desculpas à minha filha, como fiz ontem por duas vezes. Vão ser brincar, às lutas, com dois action mans muito musculados que insistem em agredir-se. Vão ser ir ao Mc Donnalds e sorrir com uns olhinhos verdes que procuram o brinquedo do Happy Meal. Vão ser ajudar a inscrever a Florinha numa coisa chamada ... nem me lembro, um qualquer concurso da Disney. Vão ser perceber como raio a fedelha criou uma conta no hi5 aberta ao mundo. Vão ser responder com o mesmo amor às mensagens lindas que recebo do Pedro.
Estes são os castelo que me vão tirar esta amargura monumental que eu tenho escondido nestes dias, não vai ser a febre que me vai impedir, a amargura de reconhecer que quem mais tem presenciado este estado de confusão, são as três únicas pessoas que não o podem fazer. Uma pequenina que só quer brincar... Uma maior que já conversa, como uma mulherzinha e, que eu insisto em não ver que ela percebe tudo.
Fui obrigada, há muitos anos a fazer algo parecido... chamei-lhe assim, desmontar castelos.
Na minha mente incansável, emotiva, lutadora, inconstante, se não for gerindo as gavetinhas, o hall de entrada congestiona, e depois fico assim, na confusão, no deixar ir.
Reconheço que nos últimos vinte dias, tive, à minha volta, no mais perfeito da minha vida, mil motivos maravilhosos para sorrir. Mil ideias engraçadas para fazer. Quis pintar novamente, Quis comprar gesso. Assisti à mais linda peça de teatro. Consegui que a Flor entrasse na escola que escolhemos, consegui que o Pirolito entrasse na escola onde já era impossível entrar. Este fim de semana o Pedro vai estar na inauguração de mais um projecto fantástico... e eu?? passei ao lado sem um sorriso.
Há sempre, Inês tu sabe-lo, uma força gritante escondida, à espera de uma ordem. Há a perspectiva. Há o simplificar. Há tudo isto, aqui mesmo, nas tuas mãos.
Simplificar é uma chave que insisto em não usar, porque eu não sou simples. Mas de vez em quando, não me fica nada mal aceitar que não tenho que suportar a carga tida de uma vez, tenho que pegar só na mais importante.
Fica a promessa para mim mesma.
1 comentário:
Há sempre, Inês, em todas as cabeças, uma espécie de caixote com 1000 notícias recortadas sem sabermos o desfecho.
Há sempre, Inês, um sorriso. Mesmo que não to vejam nos lábios, adivinham-to no olhar.
E há sempre esperança!
Querida, por muito pouco que uma pessoa consiga dar, em determinado momento, está, por dentro a dar o seu máximo.
Tu não passas de uma pessoa. Como eu, como eles, como todos.Não vivas anciosamente tentando ser melhor que tu mesma.
Pára só um bocadinho e pensa em tudo em que já és melhor que tu mesma e ainda não deste conta!
Beijo na tua testa
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