à noite...

Vestimos os pijamas, tapámo-nos com uma mantinha e ficámos assim os três, a ver o E.T.

Bonito não é???

Mais bonito foi convencer o Pirolito a parar de soluçar com pena do E.T. !

Ideias tristes que eu tenho às vezes!

Por agora...

Sou menina de mar e luz, oiço o vento e leio estrelas! Descalço-me na areia para sentir a terra e fecho os olhos para sentir o sol... Sim, sou assim... Chamo-lhe espírito, chamo-lhe alma.

Por vezes essa menina que sou, fica quieta... À espera de o lugar certo para sorrir, à espera do espaço certo para sentir.

Por vezes, ela nem existe, porque o cheiro da terra ou o sabor do mar já não a elevam para onde anseia, porque o mundo trai e a realidade dói.

Nesses momentos fico aqui... as imagens correm desenfreadas pela minha alma quieta, e eu apenas as vejo sem sentir. Racionalizo, pondero, decido e ás vezes choro... Choro de saudades da menina que ouve o vento, tão longe, tão longe de mim.

Quando chega a hora, aquela hora em que urge agir, será que chamo o vento para o ouvir? Saberá ele o que devo fazer? Ficarei eu alienada de espírito apenas a agir da forma que o mundo sem cheiro a terra nem sabor de mar me obriga?

Amanhã

Então lá vamos nós... Eu e a Matilde...
Não sei porque me escolheu, talvez eu me tenha oferecido e, simplesmente ela aceitou...
Faz agora dois anos!

Estou nervosa por mim e por ti... porque apesar de gostar de ti, há ainda um espaço grande entre nós, um espaço que quebrará facilmente mal o momento o exija.

Do fundo da minha alma, quero sair daquele hospital direitinha ao Corte Inglês, tal como combinámos... Porque as notícias vão ser as que mereces!
Em stand by... Sem vontade nem inspiração... Talvez mais tarde!

Acabei de o ler agorinha mesmo... Aliás, a 5 folhas do final passei o dia a pensar nesta Inês...
Fico agora com as dúvidas...
Sim é real, sim existe!
Existe há decadas, até na minha juventude, hoje em dia com mais facilidade, mais abertura. É um exemplo da nossa juventude? - Não, não é! É um drama comum isso sim!
Violento, real e assustador, digno de ser lido por muitos pais que conheço!
Enfim... a assustadora realidade da solidão disfarçada!

O corpo padece de um mal menor
A alma canta canções de amor
O mundo grita numa agonia de dor
Os teus olhos brilham, à espera de um canto
Um canto livre de cores e espanto
E eu aqui fico, sem paz nem calma
Deitada na nuvem anunciada
De um novo dia que de tão quente
Trouxe brilho e vida à minha alma!

Este silêncio...

Este silêncio...
Vem da alma, estará ela só atenta?
Incapaz de voar e sonhar... fica quieta, atenta ao que o vento diz... Quando ela está assim quieta e não voa, os olhos apenas olham e a boca apenas sorri! Sem ver nem rir, fico assim quieta, atenta.
Guardo os sonhos para quando a alma me deixar voar de novo, numa qualquer manhã de sorrisos e um sol bonito na janela!
Ficar assim, com a alma quietinha e o silêncio em meu redor, dá-me o espaço para arrumar as caixinhas que ficaram soltas, abertas, espalhadas no chão do meu mundo.
Que assim seja! Libertada a alma, o silêncio parte!

O que faço, o que digo, esbarra numa parede tão alta!


Dei por mim a falar-te do futuro... Do quão grande eu quero que sejas... os teus olhos cansados lembraram-me cada vez que ouvi essas palavras. O quanto as desprezei. Parei um segundo e tentei encontrar outras palavras, não consegui!
Sinto-me presa entre o que posso, o que devo, a minha culpa e a tua vontade!
Os teus desejos ferem-me, as tuas vontades entristecem-me, e eu, eu culpo-me!
Se eu fizer a minha parte, farás a tua?
És brilhante e afinal escondes-te atrás do que gostarias de ser, veneras um grupo que, de tão distante de ti, apenas te mostra uma face... e tu acreditas, sem freios, na beleza da imagem dos mais crescidos... pisando o resto, pisando o que mais espero de ti!
Quando to digo os teus olhos choram, mas não quebras, não te chego, não me deixas!
Tens 11 anos minha Flor, dou-te tudo e aguardo a resposta, tu falhas e eu retraio-me, tiro mais um pedacinho de confiança, e tu falhas e eu culpo-me, e tu falhas e eu ameaço tirar-te mais um pedacinho de confiança e tenho medo, tenho medo de tirar demais e passar a ser definitivamente o inimigo, tenho tanto medo! Queria-te perto de mim, queria que me ouvisses, queria estar segura... As minhas convicções têm por base a minha adolescência... e nós, sabemos bem que a tua é tão diferente!
Pois é, acho que preciso de ajuda!

Parabéns Pirolito!


Cinco aninhos! Estás tão grande, tão responsável!
Tão meu amigo!
Tenho tanto orgulho de ti!
O dia de hoje valeu mil sorrisos, porque estavas tão feliz! Quero-te sempre assim!
Parabéns!