Se te sinto distante, e cobro, e questiono...

Pensei agora... serei eu? Mas coube-te a ti esse fardo... o da culpa...

Agora vi que talvez eu me esconda!

Estou escondida porque o que te quero falar, sem a minima importância, requer que te lembres de tudo o que, sem importância alguma, eu te disse, algures numa noite de Sábado!

Culpo-me por falhar em acompanhar-te... as tuas idéias e as tuas teorias de empreender, sem que o notes, eu falho e nem sei perceber porquê...

Sei que estás sempre aqui... e isso é tudo, tudo!

O dia de hoje... fica...
A pedido de várias famílias fiquei sem florinhas...

loucura

Quem espera numa sala o resultado de um exame que explicará porque um filho, pequenino, coxeia de vez em quando, coxeia há 6 meses, alguns dias por semana, fez mil exames e não se encontra nada... mas naquele dia ele está a coxear muito, quase não pousa o pé no chão.

Ouvimos o nome dele, o médico pede que nos sentemos e dita a sentença:

- O seu filho tem a doença de Perthes!

Minimamente inteligente ou esclarecida ou pouco loura, sei que uma doença com nome de pessoa não é bom... Faço de imediato um ar aflito, ansioso, preocupado...

- Esta doença afecta a cabeça do fémur, esta vai-se degradando, mas está no início, é bom!

O meu ar aflito mantém-se...

- O que quero dizer-lhe é que o seu filho não irá ser um Cristiano Ronaldo!

O desespero ameaça, o olhar doce do Diogo atento àquelas palavras magoa-me, percebo que não há grande comunicação com este médico... Penso no pediatra, vou ter com ele, ele vai ajudar-me!

Entretanto o Diogo deve repousar... não pode correr, não pode nunca dar saltos...O meu Pirolito sem correr? Sem saltar??? O inferno, quebrar a energia de um menino de 5 anos, obrigá-lo a parar, a toda a hora, todo o instante!

Faço questão de enfatizar a ansiedade que senti, a dor quando nesse mesmo dia o meu filho me diz que queria tanto correr até à porta da casa da avó... a dor que senti quando a educadora me referiu o quanto custa ao Diogo não jogar à bola...

O Pediatra achou que Perthes seria uma resposta viável, mas insistiu que fosse a um Ortopedista...

Tenho um sogro cheio de Pfeizers e Cientista e um Master em Radiologia(neurologica), mas não gosto dele! Ele viu o exame e disse que éramos loucos, o Pirolito não podia ter Perthes...

Hoje lá fomos, e o Ortopedista confirmou, o Diogo não tem Perthes! Vamos ter calma e tentar perceber porque se queixa da perna esquerda, vamos mantê-lo naquele repouso...

Saí da Cuf pelas 11 horas, pensei... se eu for à Estefânia será que encontro o filho da puta que disse à frente do meu filho que ele não iria ser o Cristiano Ronaldo???

Pensei melhor... Hoje era o dia da festa do Pirolito na escola... Vou estar feliz e ao lado dele! Mas ainda estou aqui a magicar qual a melhor forma de explicar ao Dr. (contive-me tanto para não dizer o nome dele) que à sua frente estão Pais e Mães e meninos e que cada palavra dele tem um impacto forte, como se fosse um Deus, único sabedor da verdade oculta. Filho da mãe! Passaram quase 20 dias, a recuperação de uma doença de Perthes pode ser qualquer coisa demasiado violenta, como uma imobilização total...

Já chega! O Prof. Pfeizers quer uma reclamação ao Hospital D. Estefânia... Quem manda sou eu, aquele sítio está cheio de gente maravilhosa... o tal do Dr. eu talvez o encontre por aí!

Estou tão zangada!

Aqui em casa o Blogger não funciona, só no trabalho, tenho dezenas de posts escritos e nada publicado.. alguma sugestão? Já estou zangada... o suficiente!

...

Quando te senti pela primeira vez, no meu peito, acabada de nascer, eu chorei... Não me canso de lembrar esse instante, chorar de amor e felicidade é um privilégio de poucos... Tu deste-mo, e eu chorei por te ter...
Desde esse instante construí castelos e praias à tua volta, o tempo seguiu frio e insensível, e nesse tempo eu estive longe e preocupada ou distante e cansada, ou dorida e desanimada... Mas falamos e rimos e já eram horas de dormir, as regras e os horários... Um dia revi-me em ti, quis falar-te... Não consegui... Claro que me culpo, como sempre, mas olho para ti e sinto-te tão distante e culpo-me. Zango-me quando penso que devias fala comigo, e não falas... Sinto-te longe... queria-te perto...

Já não me atormenta a mania de que sou a geração de oitenta, já não me sossega pensar que conheço a verdade... Já assumi, não sei! Sei que também tu não sabes o que eu vivi... um dia...

Neste momento estás longe, estás dispersa de mim e isso magoa-me. Amanhã nem sei onde estarás, só sei que estás no meu peito e há uma lágrima que me prende a este mundo... Aquela lágrima que me ensinou a amar-te!

Estou aqui, sempre!

Mudar e saber

O horizonte muda, quando muda a perspectiva...
A perspectiva muda, de vez em quando, por desígnio superior ou não, tem mudado, de tempos a tempos...

O horizonte muda e fica mais claro e liberto, as nuvens desvanecem-se, o céu fica escuro e cheio de estrelas, ou a lua adormece e o sol aquece-nos o peito mal acorda...

A perspectiva muda quando a nossa vida sofre ou ri ou festeja, muda quando o acessório toma o seu lugar e o essencial nos inunda.

De tempos a tempos, como se a minha vida estivesse escrita e bem dividida, como na roda da fortuna, os bons e os maus, os risos e as lágrimas...

A verdade é que sou mais eu quando a perspectiva me eleva a um ser maior, quando o mesquinho e o secundário e o periférico se mantém quietos lá onde não fazem falta... Pudera eu decidir quando!

A perspectiva muda quando a vida nos foge, quando uma criança sofre, quando a injustiça nos toca... Eu cresço tanto nessa perspectiva...

A verdade é que, de imediato, os sentimentos se tornam mais claros, as prioridades são afinadas de uma forma precisa, o rumo é um e apenas um, as forças emergem de um sítio onde não imaginava que existissem.

Todo o secundário, e que vastíssima lista eu poderia enunciar, perde força, para que num plano básico fique apenas o essencial... Sim, aquele essencial que tantas vezes se banaliza... O Amor, uma Filho, uma Vida...

Já agora, depois do desabafo, preciso de experiências sobre uma tal de "Doença de Legg-Calve-Perthes" ou simplesmente, doença de Perthes... Talvez ajudasse!

Não leio, não comento, as minhas desculpas e as minhas saudades!