Vou partir naquela estrada...

Ora a estrada é até Mértola, vila mais linda do nosso país.


Muitos miminhos da avó... Muito quentinho... três dias...





Depois....

Matalascañas, parque natural das Dunas de Doñana, lindo, pequenino, água quente, muita areia sem ninguém.

Meus pirolitos estão contentes, e eu vou:

Descansar muito.

Olhar o mar, em silêncio, só o vento.

Sentir a tua falta Pedro.

Fugir de confusões, de espanhóis, de barulho.

Ler um livro desconhecido.

Sentir, sentir, tudo a que tenho direito, o riso da Flor, as perguntas do Pirolito, a praia, a noite, o mar.

Ao farol, ao parque natural ver os flamingos, ou não.

Vou de férias! Volto depois!

Ai ai ai

- Estou aqui encostado ao gradeamento da marina...

Blá, blá, blá...

Processing, processing, information, information...

Ai que não tem mesmo graça. Está certo, estás a trabalhar...

E o é que existe aos molhinhos em Vilamoura em plena época balnear????
Peixes? mosquitos? nadadores salvadores?

Nãããããão !!!!!!

Gajas!!! várias, de todos os formatos e feitios. Abundam as loiras, burras, já com os copos, de mini saia, ou sem saia mesmo, passaram três horas ao espelho antes de se irem pavonear para a Marina, sim aquele passeiozinho dos tristes... Lá andam elas a mostrar a malete e os sapatos e a exibir a falta de roupinha.

Arrrrrrggggghhhhh ! O que eu odeio Vilamoura.

Estou seriamente a considerar mandar uma mensagem naqueles aviões que sobrevoam a praia a dizer:

Aquele puto giro ali, naquela coisa a 50 metros de altura... É MEU! ou... É GAY... ou ... TEM GRIPE!










Lá foste....

Não gosto de despedidas, lá foste por uns dias, fingi que vinhas já, e vens daqui a uns dias.
Sinto a tua falta.

Mesmo que quase nunca me deite contigo, quando acordo tu estás ali ao meu lado. Mesmo que esta noite seja igual a tantas, hoje estás mais longe.

Há pouco dizias:
- Será que somos nós? Será que é a nossa relação que é diferente??

Derreto-me por pensares nisso, derreto-me por também sentires assim.

Ás vezes em silêncio, trocamos um olhar e enchemo-nos um ao outro daquilo que só nós sabemos, daquilo que tanto nos conhecemos.

É tão bom ter-te comigo, mesmo quando está aí, longe!

Amo-te Pedro!

Férias...

Férias...
Férias...

estou a abstrair-me tanto que ontem o jantar cá em casa foi às 10.

Segundo o Pedrinho, já não é abstracção, é o deboche total.

estou de férias!!!

...

Vou esquecer o relógio, não pensar no jantar, esconder o aspirador, talvez até me enerve e deligue o telemóvel.

Estou em treinos de meditação para o seguinte objectivo:

Abstrair-me!

Dedicar-me apenas a três ou vá, quatro coisitas mesmo importantes...

Só não sei como vou fazer amanhã quando os miúdos me acordarem e disserem:

-Mãããeee não há pão!!!

Devia ter-lhes falado do Nestum antes de irem para a cama... Será que já me estou a abstrair demasiado??'

Impotência

Sentimento odioso, para quem quer mudar o mundo... já não o anseio, mas ainda não me liberto, ainda não aceito.



Consigo um laço de confiança com um filho, incuto-lhe os meus valores sagrados, que acredito fazerem de mim uma pessoa melhor. Enalteço a amizade, a sinceridade, a transparência. Obrigo o respeito... Falo de consciências, de paixões, de amizades... Dou-lhe tudo o que posso, quero que seja feliz, que não se desiluda, que não sofra...

Recuo, aos 10 anos, era tudo brilhante, perfeito, gigante. As emoções extravasadas não cabiam em mim. O sonho comandava tudo. Tudo era sentido, vivido, apaixonado.

Com 10 anos, a minha professora não errava, o que dizia era sábio...

E agora? Cabe-me explicar as atitudes cobardes, ingratas, injustas, manipuladoras de quem não tem a estatura moral de assumir um erro? Perante uma criança de 10 anos? Deixo-a ficar com uma culpa sofrida sustentada por algo em que não quero que ela acredite?

Raios vos partam adultos hipócritas, com as vossas imagens de seres superiores, cheios de jogos, cheios de tácticas, cheios de mentiras!

A minha Flor, há-de ser, superior ... e eu nem vos vou dizer nada! Porque ela precisa sentir, que às vezes, o melhor é ficarmos sozinhos na nossa consciência, e retirar da nossa vida o que não tem qualquer interesse.

Não é cedo para crescer assim?

1ª lição para quem aspira a ensinar.... As crianças inventam, exageram, às vezes mentem, mas contam o que lhes acontece na escola. Chama-se confiança!

Ai o Pirolito

- Mãe vamos à bomba?
- Não hoje não.
- Mas eu queroooooooooooooooooo, buáááááá!!!
- E eu quero ir à Tailândia.
- É onde?
- É longe, um país muito bonito, com muitas florestas com árvores bonitas, muitos rios...
- E animais?
- Sim.
- E macacos?
- Sim.
- E os que ladram?
- Os cães? sim também há cães.
- Vamos os dois?
- Sim.


- Mãe... e dás-me a mão?

Será que o Berlusconi pode dar sangue???

Ohhh!


É pecado sonhar ????

Desisto

Não vejo metade dos blogues que sigo.
Não consigo comentar nenhum.

O que consigo ler não tem o minimo interesse.

Chove, faz vento.

Tenho um odio visceral à Hello Kitty.
A Betty feia também me enerva.

Apetecia-me muito escrever sobre uma injustiça, ou várias, por que a minha Flor tem passado. Apetecia-me ir lá eu, dizer umas coisas que me vão na alma...

Não vou escrever porque estou irritada. Vou deixar que ela viva e aprenda, já lhe dei as ferramentas, ela vai decidir usá-las, sempre que quiser. Fico aqui atenta!

Detesto modelos musculados, actores de cinema louros e sem graça. Gosto do Denzel Washington, gosto do Dustin Hoffman ...

Odeio gente cínica, odeio gente que abusa da minha boa fé. Odeio gente pequena.

Não sei fazer caldo verde.

Já desabafei... pouco! O suficiente para ir para a cama.

Ia ....

Coisas pequeninas, sem importância, ocupam-me o olhar e a mente, faço por passar, sem parar. Pequenos obstáculos que fazem os meus dias, que insistem em ser mais presentes que o meu próprio presente, faço por contorná-los. Há dias assim, há dias piores, aqueles em que pareço o alvo fácil de coisas destas pequeninas... Hoje fiz por deixar tudo assim a mexer, sem responder, sem criticar. Hoje precisei de mim, calma e serena, precisei chamar a mim, apenas o que considero verdadeiramente importante. Há dias que me apetece sonhar, sorrir.


Hoje, partia, sem rumo... Procurava o monte alentejano, a aldeia beirã. A casa velha na Serra, o largo da igreja. A praia de pescadores. Hoje sentava-me no chão, ao lado de alguém que me contasse uma história.

Alguém com mais idade, mais saber, mais rugas.

Falaria com gente com história no olhar.

Ouviria as suas histórias, tantas nunca contadas, até adormecer inundada de verdade!


Estou a começar a não achar graça nenhuma...

Faltam uns dias...
Não vou contigo... eu sei que vou de férias... sei que vais trabalhar...

Não estou a achar muita gracinha não!
Desabafos:

Flor foi, entusiasmada para casa da Tia... Dói, tenho ciumes.

Pirolito dorme, eu vejo a Anatomia de Grey, não queria sentir-me doente.

Amanhã vou dormir, vou descansar e talvez esteja sol e calor.

Tenho ali uns xanax...



Hoje não consigo entrar naquele eterno diálogo...


Diogo vai arrumar o teu quarto.... blá, blá, blá e no fim estou eu de gatas a apanhar brinquedos...


Não, hoje o quarto fica assim... A bem da sanidade...

A8 ... sempre bem!

Estação de serviço da A8, Loures. Paro para comprar dois geladinhos, duas pessoas na fila à minha frente, uma senhora no atendimento:
Entra um rapaz, ar sério e voz segura:
- Desculpe! Tem um extintor? Está ali um carro a começar a arder...
A senhora do atendimento responde serena:
- Só tenho aqueles ali para vender.
- Não está a pensar que vou comprar um extintor ?? O problema nem é meu...
- Pois então não posso ajudar!
Claro que não pode ajudar, que disparate, numa estação de serviço, um carro começa a arder... mas só posso vender extintores... e pacotes de batata frita... e não quer aproveitar a promoção destas pastilhas?
Passam três segundos e eu estou ainda a tentar assimilar a informação, nisto, entra uma senhora visivelmente incomodada e dispara:
- Desculpe, mas não tem um extintor? É que está ali um carro a arder...
- Pois... não posso fazer nada...
Com esta deixa quase explodi, quase de mão na anca:
- Mas olhe lá, estamos numa estação de serviço, está um carro a arder e você diz que não pode fazer nada??? Deu-se a confusão.

A senhora do atendimento sai, volta depois com um maxi extintor, lá vai ela quase a cair com aquilo na mão, o pessoal seguiu-a e lá fiquei eu com os dois gelados na mão a pensar... Vou -me embora... Não fui, ela voltou sem extintor e cobrou-me os gelados...



Ah pois é! Brilhante este plano de emergência que a Repsol tem, brilhante a formação dos seus funcionários

Ah!! Oh! Chefe Santos, olhe ali, tem todo o ar de ser terrorismo, que tal aparecer para interrogar o proprietário, sim está ali, encostado a um poste, a ver o seu jipe Volvo a desaparecer. Vá perguntar-lhe se tem contactos no Afganistão.

Ai país! Deixo um aviso querida A8, a tinta amarela que o carro do meu Pedro tem em toda a sua extensão, aquela que dizes que foi ele que andou a tentar acertar com os vergonhosos riscos contínuos na zona das obras? Ai que essa tintinha te vai sair cara... e olha que a culpa não é, como dizes, do empreiteiro.


Arghhh!!!

Sim, é óbvio que aquela não sou eu, é óbvio que roubei algures....

Estou às avessas!

Ai que bom, o vírus está negativo, viva, viva! Agora é só levar com mais um aninho com esta febre maravilhosa que me deixa com a sensação de ser de Marte. E dói-me o corpo, e tenho sono, e não tenho paciência!

Ai que bom que é viver no campo, o pão e as galinhas e o porco da vizinha, tão bom. Ai pois é, e as moscas? E as centenas de espécies estranhas que não estão obviamente catalogadas e que espreitam debaixo de cada móvel ou recanto? Dou eu por mim de mata moscas na mão a falar com elas... - Pensam que não estou atenta?

Ai sou tão magrinha que bom, e até posso comer o que me apetece... Ah pois é, foram 4 quilos em 6 semanas, o apetite também nem vê-lo, e a roupinha fica-me a matar... nem cintos tenho com buracos suficientes para segurar as calças! E os meus vestidinhos? pareço um fantasma... que bom recordar o espirra canivetes... o trinca espinhas... ai saudades!

Ai que bom ter um blogue, que boa sensação a de chegar a casa e desabafar.... despejar literalmente o que me vai na alma... Tão lindo, ter o meu Pai a perguntar-me o endereço... E agora? É deixá-lo ler acerca das minhas cuecas no saco do pirolito... Pois é! Blogue familiar!
Ai que bom é estar de bem com a vida e ser grata e amar e ser feliz....
Pois é! Agora estou ingrata!

A vida, a Vila, a minha homenagem!

Com os meus olhos de menina, registei cada bocadinho do teu carro, guardei tudo com amor na minha memória. Guardei as melodias que assobiavas tão bem, o fado triste que cantavas, triste mas que eu gostava.

O banco levemente castanho, corrido de porta a porta, onde te sentavas orgulhoso, tinha no meio um segredo, um braço largo que descia e se transformava no meu banquinho. Ali sentada, orgulhosa, registava cada bocadinho de ti, do teu carro, apaixonada pelo vento quente que trazia sempre um cheiro a eucalipto que me acalmava, pela tua voz sábia que me contava histórias de cada monte, cada vale, cada caminho.

A meio da noite, o telefone tocava, uma chamada. A casa iluminava-se, com esmero e dedicação tudo se transformava. Era uma chamada. Cheirava a café, a manhã.
- Avó, posso ir ??

À noite nunca podia, porque à noite, quando o táxi era chamado, a história dessa noite não seria para uma menina, hoje percebo.
Mas uma noite deixaste-me ir, fomos ao Álamo, era pertinho. Foi a primeira vez que vi no horizonte de uma noite escura, as primeiras sombras claras do nascer do dia. Na viagem de regresso trazíamos no banco de trás, uma senhora linda, com um lenço negro na cabeça e um sorriso. Quando não estávamos sozinhos, eu ficava em silêncio a ouvir-te.

Marcou-me o respeito, a perseverança, a tua luta. Os valores que te edificavam, tão altos, tão bonitos, tão verdadeiros, tão meus. Marcou-me a melodia que assobiavas. Marcou-me a terra que tão bem conhecias e da qual me inundaste, marcou-me a gente sofrida que ajudavas com o teu carro, as suas vidas, as suas histórias feitas minhas, para sempre.
A Vila.
Na tua voz, a Vila era o meu castelo, e eu a viajante de caminhos de terra e pó e sonhos. Nos muros caiados, no postigo entreaberto, na margem do Rio. Na rua empedrada e na igreja. No outro lado do Rio. Em cada laranjeira, cada rosmaninho, cada amendoeira. Estão as histórias que me contaste, está uma paz quente com cheiro de eucalipto, está a minha paixão pelo mundo que me ofereceste. A Vila bonita que guardo sempre do meu lado, para onde fujo, mesmo em pensamento, quando a vida de menina crescida me traz algum mau momento. A Vila que tem uma luz clara, única, de onde se vê mais longe, a Vila que ri e dança e abraça gente sábia, bonita, verdadeira.

O meu banquinho recolhia, as portas fechavam, e eu ficava a sonhar com o próximo dia, certa como tu, de que o dever estava cumprido. Como agora que te homenageio.

Dei o teu nome ao meu filho! Diogo! Para te dizer com um gesto, que guardo tudo, com amor, com gratidão!

Tenho tantas saudades tuas!

Crescer ? Sim ?

Crescer?
Sim os anos passam, e eu? Vivo no espaço onde passaram os anos. A janela já não é a mesma. A paisagem mudou. Não durmo sozinha. Os anos passam e por eles passei construindo o meu mundo, nele vivem dois seres pequeninos que trouxe em mim e acompanho e cuido, eles crescem.

No meu espaço vou acumulando memórias, pessoas, rostos, frases. Vou juntando sabedoria e erros, sorrisos e lágrimas, paixão e enganos. O meu mundo cresce empurrado pela força de desejos e metas, travado por outros mundos que não são meus!

É o meu espacinho, a minha vida, o meu castelo, construídos com os tijolos que conquistei.

E eu? agora sozinha, cairam os papeis que desempenho, mãe, pai, trabalhadora, dona de casa.
Fico eu! E eu cresci? Ou simplesmente vivi e aprendi e fui juntando cá dentro as experiências vividas, divididas por faces de mim às quais juntei uma etiqueta ou duas? Educação, valores, cultura, relações... Esse conjunto de vivências, de conclusões são o meu crescimento.

Aqui, agora, ultrapassado esse espaço, esse mundo, está a menina que abriu os braços para receber o tudo que o mundo lhe desse.

É essa menina que carrega as minhas faces, todas arrumadinhas e etiquetadas, menina sozinha cheia de medo e frágil. Menina reguila e respondona. Menina destemida e sonhadora.

Tantas, tantas vezes tenho saudades... Porque é que tenho que parecer crescida, se me sinto tão menina?

Porque é que não posso ser a menina conhecedora do espaço por onde o tempo passou? Simplesmente!

Houve sempre momentos em que parava, detida por uma imagem, um pensamento, uma voz. A partir daí construía na sua cabecinha uma história, um enredo levado pelo vento que lhe saia da alma. No final havia outro momento, o momento em que a sua história pairava sedenta de se encontrar e se fundir com a sua vida. Tita sonhava... voar, poder subir acima dos olhares que lhe prendiam os movimentos.

Hoje, quase sempre sozinha, quase sempre escondida, espreito pela janela... às vezes lá está este pássaro lindo que quis viver ao meu lado, que tantas vezes me olha e conhecendo-me sabe que não vou mexer-me... vou só admirá-lo. Tantas vezes aparece quando a Tita precisa de mais uma história, de mais um sonho!

Pois!

As mulherzinhas do meu País, gosto delas coitadinhas,
tão ocupadas que estão com a vida das suas vizinhas.
Estão tão ocupadinhas que nem têm tempo para as suas vidinhas.

Gosto delas com os seus aventalinhos,debruçadas às janelinhas,
a falar de mim com as outras amiguinhas.
Devem dizer maravilhas, estas castas mulherzinhas,
com os seus jardins cheios de rosas...rosas não, rosinhas!

Gosto de vê-las nas sombrinhas,a distribuir sorrisos, cheias de falinhas...
As mulherzinhas do meu País são muito amigas das suas vizinhas,
emprestam limões e farinha, e nos intervalos vão dando outro tipo de ajudinhas.

Gosto delas, coitadinhas, com as suas vidas perfeitinhas,
cheias de laçarotes e purpurinas,
com as máquinas a costurar os pecados das suas vizinhas!

Andava eu a bisbilhotar... encontrei esta pérola... gostei tanto!!!!

Coragem para assumir! detesto a cena da dona de casa!

Assumo!

Pirolito vai para a praia com a escola. Simples. Estar lá às 8.30, já com protector posto, levar mochila com toalha e cuecas num saquinho de plástico.

Simples.

Regresso da praia, tirar a toalha da mochila, sacudir! Tirar saquinho de plástico onde deverá estar o calção de banho molhado!

E se quando abrir o saquinho lá estiverem umas cuecas minhas dobradinhas????

Preciso de um cérebro novo! e de um fim de semana!
Amanhã quero agarrar-te, beijar-te, adormecer nos teus braços. Quero simplesmente estar contigo, rir, falar, brincar...

claro que tudo isto depois de ir levar a Flor ao Hipodromo para uma festinha de anos, depois de ir comprar prenda à Titi que faz anos, depois de ir jantar a casa da Titi, já sei que o carro precisa de qualquer coisa no braço da direção, o Bar precisa também de um tempinho, a roupa, o aspirador e a Meggy a mudar o pelo. O pirralho mor diz que quer mil coisas para amanhã...

Depois disso... podemos respirar fundo? Só os dois?

Não foi ontem??

Hoje descobri o peso que tinha no meu peito, nos meus ombros... descobri o espaço desocupado.

Afinal, até às coisas más, só damos a devida importância, quando partem!

Sinto qualquer coisa de leve, que hoje me fez sorrir e rir...

Como a Tita, ajoelhada à beira rio, com as mão dentro de agua, simplesmente a ouvir o vento e a sentir a corrente.

Será paz?

SMS

Já tremi, já chorei, tive muita dificuldade em aceitar, não sei sentir isto, ou não sei descrever isto que sinto...

Recebi, logo de manhã, este sms:

"Sente-se para ler este sms!... O vírus é NEGATIVO à 4ª semana! Eu não lhe dizia?! Parabéns! Dr. House"

Agora vou sentir isto...

Posso responder amanhã?

Assumo a falta de inspiração. Foi a primeira vez que me remeti, assim, covardemente ao silêncio. Orgulho-me da comunicação que mantenho coma minha filha, falamos sem tabus, sem vergonhas, ela sabe que de mim terá sempre uma resposta séria, honesta, verdadeira, sem filmes.

Hoje:

- Mãe, mãe, olha ali naquele autocarro... "Vai ser tão bom, não foi?" (campanha publicitaria acerca da ejaculação precoce). Mãe, aquela frase não está bem!!!

- Pois....

e agora a derradeira questão, sim porque frases erradas estamos sempre a ver...

- Mãe... O que é ejaculação precoce?
- Mãe???
- Mãããeeee????

Podemos falar sobre isso amanhã?

Tita

Pipoca vem de outros tempos, de momentos esquecidos, ficou como nome, mas nunca mais foi usado. Dito, entre nós, tinha um impacto, uma versão. Escrito aqui, como se fosse o meu nome, não traduz nada... e começa a irritar-me.

Sou Tita desde pequena, nome dado por uma voz que não sei reproduzir, um som bonito, prolongado, agudo. No interior daquela igreja era a única voz que eu ouvia. Pedia, à noite, que continuasse, mas as musicas cantadas naquela igreja ecoavam dentro de mim, estremeciam o meu corpo, não eram iguais. À noite contava histórias, sempre engraçadas, no final também essa voz ria, envergonhada por ser voz de menina catraia. A avó Maria, voz linda, mulher maravilhosa, menina catraia presa na idade. Deu-me o nome, Tita.
Tita será sempre a menina.

Eu, sou Inês!

Sinais e perspectivas

Enquanto tantos lutam pelo protagonismo, pela imagem, pelo parecer ser e não ser, pelo simples aparecer, e eu observo... Enquanto se acumula dentro de tantos, a prepotência, a cegueira, o vazio de ser, o vazio de acreditar, e eu lamento. Enquanto lá fora o ruído de vidinhas sem sentido, sem significado, pintadas de alguma cor falsa, ou de muitas cores me ensurdece.

Acabada de ouvir uma frase maravilhosa: - Espero que a Florzinha goste tanto desta escola, como nós!

Acabada de acenar ao Pirolito, que hoje, saiu na camioneta para a praia, sem nenhuma lágrima.

Mais um sinal, mais um empurrão para uma outra perspectiva.

Bem haja, quem ama desta forma!

4606

Dr. House não ligou.
Não evito a ansiedade. É quase angustiante.

Foi mais uma terça, mais uma traulitada violenta...

e a puta que só hoje me fez uns 30 telefonemas.... Haja muita paciência!

A gripe...

Claro que vamos ouvindo, vamos lendo... mas há que pensar...
Tenho seguido o que este senhor tem escrito, gosto de estar informada e alerta, e também gosto de raciocinar.

Tenho o vírus, tenho a pandemia, tenho o mundo inteiro. Tenho uma visão assustadora do que um organismo microscópico consegue.

Ouço números, alertas, casos, discussões. Fico-me com números... 25% da população Portuguesa será infectada.

Deixo-me alienar e imaginar... como funciona um país onde um quarto da sua população está, esteve ou estará doente, com uma gripe? Como se vai sentir este Portugal com 3 milhões de infectados e 14.000 mortes? Quem está a tratar da logística, do normal funcionamento dum pequenino país. Escolas, mercados, serviços, hospitais...

Há o medo do pânico? Com certeza, daí a preocupação informada. Mas estão a esconder os pormenores??? Sim a gripe é menos mortal que a chamada gripe sazonal, também o Hitler foi menos letal que os sucessivos governos Norte Americanos, falamos de proporção? Não, falamos de consciencializar, informar, alertar.

Pânico haverá se não começar, calmamente a pensar nisto!

Sério ataque de nervos

Pré adolescente ontem, apavorada diz-me que o Kiko (????) lhe disse no msn que tinha enviado um programa informático com o qual ficou a saber as passwords dela....

Silêncio profundo, é impossivel!

Mas mãe ele escreveu-as, as duas...

mais silêncio

Sermão, quem é o Kiko, quantas vezes já falámos, sermão, sermão, blá blá blá.

Eu mãe moderna que tenho as restrições todas de acesso do Vista, mais relatórios de actividade, mais isto e aquilo, simplesmente não controlo o que é conversado no msn, simplesmente porque conheço todos os contactos dela... excepto o Kiko que é primo da M.

Não vejo histórico das conversas porque nunca achei necessário.

Quase que por acaso reparo que o messenger tem uma opção de controlo familiar.... Toca de instalar, de repente eu já sou encarregada de educação e ela uma simples criança. Ok, tudo activadinho....

Falei com ela, expliquei-lhe... experimentámos... Impraticável, nada funciona, nada abre, pedir autorização aqui, pedir permissão ali... Cancelámos logo o controlo familiar, voltei atrás e nada como ler o histórico de conversinhas de vez em quando....

Ahh silêncio, já todos dormem... Sento-me com vontade de escrever.

Entro na Net... Não posso, tenho que pedir autorização a mim própria. O meu blogue... Ah pois é, lá vem uma mensagem que de repente me trata por tu e diz: Tens que pedir autorização ao teu encarregado de educação... opções: 1. Enviar-lhe um mail. 2. Pedir pessoalmente.
Peço pessoalmente porque até estou mesmo aqui...

Decido ir configurar a cena, retiro-me a mim própria de encarregado de educação.

Agora deve funcionar....

Nããããoooooo!

"Tens que pedir autorização ao teu encarregado de educação... "

E eu peço, e o gajo diz que o encarregado de educação não existe!!!!!!!!!

Vislumbro uma unica hipotese. Desistala-se o msn!

Vou dormir, se conseguir desligar o computador!

Ataque de nervos...

Dr. House mandou-me uma mensagem:

- Não lhe liguei porque não tenho o resultado da análise!

Apesar de odiar a expressão, só me apeteceu responder:

Daaahhhh!

Eu

Sou mãe, a mãe que acredito ser melhor!
Sou tua, sempre e só tua!
Sou mulher quando posso, quando tenho essa possibilidade.
Neste momento sinto-me doente, sabia que ia ser assim, sabia que o corpo ia quebrar.

Mas não posso deixar de ser mãe. Continuo tua, sempre e só! A mulher sente-se menina e culpada por não poder ser mais mãe, mais tua e mais mulher!
"O português gosta de enganar pela calada aqueles que mandam nele. Mandar é um verbo antigo, vasto, totalitário e infantil, que em princípio na idade adulta devia ser substituído por verbos de maior eficiência e capacidade democrática, como coordenar ou gerir. Verbos que cheiram a trabalho e responsabilidade - e o português tem o olfacto muito apurado. Assim, prefere a clareza do mando, ao qual faz vénias mansas, com os dedos cruzados atrás das costas."

Inês Pedrosa - Expresso

Estou cansada

Cansada porque a semana foi dura.
Cansada de obstáculos ridículos que não me param mas atrasam, moem, massacram.
Cansada de gente pequena, sempre a mesma gente.
Cansada de esperar pelo resultado da análise.

Sou inconstante, impulsiva, emotiva. Mas estou cansada! Provavelmente só por agora!

Maria João Pires... Brasileira! Parabéns Brasil!



Estou cansada! Cansada também da gente pequena que tem os lemes deste País que amo.

Cansada deste povo que vibra com o Tony Carreira e o Cristiano Ronaldo.

Cansada de gente!

Mais nada a dizer...

Haja sentido de humor,
Haja imaginação,
Que Portugal continue,

e que vocês, fantásticos, continuem por favor!

Minha homenagem



A confusão a fraude os erros cometidos

A transparência perdida — o grito

Que não conseguiu atravessar o opaco

O limiar e o linear perdidos

Deverá tudo passar a ser passado

Como projecto falhado e abandonado

Como papel que se atira ao cesto

Como abismo fracasso não esperança


Ou poderemos enfrentar e superar

Recomeçar a partir da página em branco

Como escrita de poema obstinado?


Sophia de Mello Breyner Andresen, in "O Nome das Coisas"
Cinco anos após a sua morte, no miradouro da Graça, vamos espreitar?

Será que enlouqueci?

Dado que as maravilhosas pessoas que perdem o seu precioso tempo a ler este sitio, se mostraram tão entusiasmadas com o meu modesto comentário à descida do preço dos cigarros, cá vai a minha breve explicação:

Ontem, pedi um Camel azul, a senhora do quiosque quase grita: - Baixou!!! e eu: Baixou? enlouqueceram?
Então recebi a explicação: O Ti Belmiro perante o eminente fecho da Tabaqueira, decide adquiri-la com a condição de ver o imposto reduzido. Parece que assim foi. Segundo a mesma fonte, o preço irá reduzir até igualar o praticado nos Açores... São 2.20 pessoal!!!

O dito Camel custou agora 3.15, custava 3.35. Hoje na Repsol da A8 voltei a ter a surpresa...

Também é verdade que no Google nada consta, mas também nada consta acerca do preço do gasóleo que aumenta diariamente... Viva nós!

Renunciou ou é boato??? sim estive a ver o Panda!


Comento? Não.... Ah mas apetecia dizer umas coisas... É melhor não!
Bem... assim sai ... de fininho... ah e tal, foi do gesto!

Cenas para as quais não estou (ainda) minimamente preparada

Flor maravilhosa, quase 10 aninhos... aquela que eu vi nascer, crescer... Está a crescer depressa demais. Que raio as crianças e os homens deviam ter um painel de controlo.

Conversa entre Flor e seu irmão (3 anos)

Irmão aos gritos: - Não é issooooooo!
Flor pré adolescente: - Mas afinal o que é que queres meu?

... meu? ... tipo "Qual é a tua oh meu?" ... ela disse aquilo!



Perante um ar deprimido... 12 horas depois de um corte de cabelo...

Eu: O que foi Flor? O que é que tens?
Flor: Afinal já não gosto do meu cabelo!
Eu: Porquê? Estás tão linda?
Flor: Está muito curto, fica mal com saias!

...fica mal com saias??? Hã????

e para acabar de vez com a sanidade mental...

os cigarros baixaram de preço! Afinal o que é que se passa?

Ai ai

E quando, num qualquer momento, num qualquer sitio, algo acontece que, imediatamente, me transporta para um lugar distante. Imediatamente sinto um calafrio. Devagarinho começo a sorrir, um sorriso verdadeiro, sentido. Deixo cair os ombros, a alma divaga alegremente por outros momentos, por uma realidade que já foi minha e foi tão feliz. São luzes, imagens, músicas, palavras, ou simplesmente o Pato Donald que conhece o Brasil do Zé Carioca.

Ou então, mais um sinal... Ai recordar é tão bom !!!
Deito-me com Mission, acordo com o Patinho querido... O que é que se passa???

Grandes !

Sinto os neurónio a emigrar... fico aqui sentada, quase acéfala, a relembrar...

As grandes músicas.
Os grandes dias!
















E com as memórias vem a paz, e com ela o sono...
e o livrinho que me espera...
e o silêncio...

Clap Clap Clap!

Já me sinto até um pouco louca, de tão pobre que estou...

Estaria muito pior se também tivesse sonhado com Mário Lino...