Amo-te, esta definição de amor tu não conheces. O que me leva a gritar e a zangar e a ficar calada e às vezes a dizer palavras soltas que têm um único intuito, tu! O que me move és tu.

Espero demasiado de ti? Claro que não, espero de ti o que quem ama como eu esperaria... tudo! o mundo! E tu? tu dás-me o teu mundo que eu não entendo e fico aqui a comparar-me contigo...e a tentar perceber o que posso mais eu fazer...

Estou sozinha contigo, ajuda-me a fazer deste sitio difícil, o nosso sitio, sabes que não te condeno pelo que não sabes, condeno-te pelo que sabes, pelo que não me dizes ou contas. Condeno-te por ainda não teres percebido o quão maravilhosa és, és tudo...

Vive, vive muito e sente-te brilhante! Quando quiseres ser brilhante. Porque és... brilhante!

Está tudo aqui, na alma, quando ficas sozinha, quando o mundo se apaga, fica o que resta. Tu! E eu também,, sempre aqui, estou à espera de ti e do teu tudo e da tua alma, junto da minha... porque te amo! Tanto!

Isto é tudo difícil, mas tal como temos a possibilidade de dizer não, também temos a maravilhosa oportunidade de mostrarmos quem somos ... Deixa-me ver-te, e deixa que todos te vejam assim como sempre te vejo, única!

Amo-te tanto!

Um espacinho meu???

Tenho aqui muito de meu, porque como de inicio disse, preciso escrever, sempre o fiz... faz-me bem! Quis ser anónima e não consegui, já nem sei porquê... não ter segredos é  mentira, todos temos. Gostava de ser anónima mas deixei de sê-lo, deixei de escrever...

E quando tanto precisei, medi palavras e receei quem as lia e não fui eu, mesmo assim alguém comentou... ela escreveu no blogue...

Decidi então, hoje...  sem segredos e sem vontade de esconder, este continua a ser o meu espaço e nele vou ter que deixar o que me atormenta e vou alhear-me de quem o lê, porque sou eu...

Depois de lutas e desavenças e muitos maus momentos, preciso contar-te, a ti espacinho meu, que com o ruir de uma montanha ficam a nu as inseguranças e os medos...

Ela disse que a nossa relação tão forte iria ter uma separação dura... cruel? Amarga? Temos falado, já não sou só eu, tens dito tanta coisa pouca... pouca mas verdadeira e para mim, tão próxima.

Sinto-te no nível 0, comigo, a conquistar um imperio de loucos e, pela primeira vez, sinto que estás aqui, não plenamente, mas tu, a minha filhota linda, de quem tinha tantas saudades.

Está a resultar não está? Preciso tanto que esteja!

.....

Sete da tarde, encontramo-nos, está bem disposta e alegre e falamos, como sempre, do acessório, dos outros, não de nós... mas rimo-nos! Estou bem disposta e sinto-me bonita!

Passa meia hora e quer ir embora... é sexta, estou cansada, apetece-me estar ali e relaxar e ver amigos e pessoas... digo-lhe que compreenda, pela primeira vez em 6 semanas as dores nas costas deixaram-me dormir o suficiente para não me apetecer ir para casa! Peço-lhe que fique bem, que se divirta...

Vamos jantar com o avô, no caminho tem um ataque de choro...

Chegamos, pergunto-lhe o que se passa, tento entrar naquele mundo, não deixa, como sempre!

Aproximar-me só pelo acessório, pelos outros... nada de nós... nada dela, nada de mim!

O jantar vai a meio e quer ir embora, levanta-se vezes sem conta, não fala, não sorri, olha com um pretenso ar superior para o que a rodeia, o ar já não é de superioridade, é de repulsa, de rejeição. Não é discreto... e por ser quem é torna-se implacável...

Inevitavelmente o assunto à mesa vira-se para este egoísmo ... O avô generaliza e fala de jovens egoístas, ela sorri, com um falso desdém... para mim, espero que não me esteja a enganar, é neste sorriso falso que salta a insegurança...

O assunto é interessante para nós e continuamos e falamos de gerações e de diferenças e de abismos e de respeito e de egoísmo e de valores e deles... eles os jovens! Ela não diz nada! Cai uma lágrima entre mais um revirar de olhos, fica séria entre mais um sorriso falso de que quem quer ser mais que tudo!

Assumo a minha culpa! Não tenho marcado o meu lugar, na vertente acessória de lugar. É sexta feira, sinto-me bem, estou a jantar com o meu Pai, não quero ir para casa!

A conversa fica mais séria, há quem insista em opinar (a madrasta, minha) talvez não devesse porque insiste em agradar a todos... e não ajuda! O avô cheio de convicções mostra no olhar que nem Pai foi na adolescência das filhas e sabe-o e ouve, atento, atónito, sem respostas para aquela presença, a doce netinha, a querida netinha...

Certa do cansaço de todos decido que vamos para casa.

No carro, zangada com o comportamento dela, pergunto-lhe porquê, a resposta foi um olhar, um olhar revirado que me acertou cheio de raiva, um olhar de pretensa superioridade que pretendia calar-me, um olhar de impaciência enquanto preparava os phones para a viagem, um olhar que sem palavras me dizia, como sempre ... Não sabes nada!

Sempre pensei que não iria acontecer, mas aconteceu, dei-lhe um estalo na cara, com as costas da minha mão... e tudo parou...

Só perguntei, enquanto lhe arrancava os phones dos ouvidos, se ela sabia porque o tinha  feito. Disse que sim, que foi pelo olhar...

A viagem foi tenebrosa, com lagrimas e chuva ...

Chegámos, ela foi para o quarto e assim terminou. Agora estou aqui com vontade de chorar, e vou esperar pelo amanhã!

O que eu sinto falta... de alguém...

A adolescente...

Não vale a pena esconder que apesar dos meus 41 anos, eu sou a mesma jovem adolescente que tem aqui vivido desde os seus 18 anos... não me sinto com 41. Nem sei o que isso é. Pronto!

E agora?

A miúda com 13 revira os olhos e insinua que nada sei e eu? Eu, em vez de ter 41 e ignorar, tenho 18 e fico magoada!

E agora? Ahhh! devo fingir que sou crescida e como tal devo ignorar as afrontas da adolescente? Mas ela afronta-me e magoa-me e eu não me sinto crescida o suficiente para ignora-la...

E depois desdobro-me em teorias e todas ela me mandam ser quem eu não sou... Será que vou conseguir ser mãe sendo eu mesma?

Eu continuo, mal ou bem, sei que isso gera ciúmes e que raio, sou eu com mais uns anos e com uma experiência que até eu me envergonho... e querem que eu seja a mãe com 41 anos.... Oh meu Deus, não sou capaz!

Mais uma vez... um dia de cada vez!

............ não me ocorre um título ....

Quantas vezes eu me deixo ir na correria dos dias, quantas vezes me perco a apagar fogos, a alindar o que me rodeia, a permanecer perfeita, a ser mãe e filha, a carregar os pesos, as responsabilidades. Quantas vezes me deixo ir na corrente dessa correria numa luta para que tudo à minha volta seja perfeito(o meu "perfeito") e ... para mim, apenas deixo emaranhar cada vez mais o fio.

Há alturas em que o fio parte e eu paro, paro para tentar encontrar as pontas soltas, as muitas pontas soltas...

Às vezes, nessas alturas vem a paz! O processo é difícil e doloroso, mas compensa e faz-me perguntar porque raio deixo eu ficar-me assim tão para trás...

A perda da minha avó Maria, fez já um ano, abalou-me demasiado. Houve mudanças na vida do Pedro, boas para ele e para nós, más para mim e para ele. A Flor cresceu mais rápido do que eu soube acompanhar, o Pirolito é o meu anjo, o meu amigo e de tão amigo que é fica com a pior parte de mim.

Hoje apeteceu-me tanto escrever, é nessas alturas quando encontro as pontas do fio e as ato, e guardo e chega esta paz tão boa de sentir, era assim que queria escrever, mas...

A minha Flor está neste momento em Santos! ...A minha Flor tem 13 anos a dois meses dos 14. Como ela própria ontem me dizia, numa das poucas conversas(mas boas) que vamos tendo: - Oh mãe não é preciso estar maquilhada para me darem 16 anos... Pois, é verdade, eu é que tenho andado meio cegueta!
Toda a turma da Flor fez 14 anos este ano, ela está em Santos no jantar de aniversário de uma amiga que faz 15!!!!  Pois que vão jantar em Santos e depois todos vão para o BBC!!!!  A minha Flor não vai porque tem 13 anos (eu adorava saber o que ela pensa disto, diz que compreende).

Não sei se é agora que começa uma nova correria, talvez seja, vou tentar não perder o fio de vista!

A ultima ideia que tive do BBC, já lá vão uns 15 anos é que lamentavelmente se tinha tornado mais um local de engate supostamente fino.... Elas com roupas que comprovam a falta de cérebro e eles, engravatados a babar pela falta de cérebro delas...

Sim, mas passaram 15 anos e eu tenho andado, como já disse, cegueta... Mas mesmo assim, nessa tal conversa de ontem tentei manter a minha convicção de que existem regras e miúdos de 14, 15 anos não entram no BBC. Tive que repensar as minhas convicções! Afinal entram... e foi quando abri os olhos e levei mais um abanão, quando eu não entendia porque raio o BBC deixava entrar miúdos é que a minha Flor exclama, sim foi uma exclamação!
- Mãe, aqueles miúdos vão cheios de dinheiro, isso não interessa ao BBC?

Seja como for há que me actualizar e o mais ridículo é que essa actualização não é mais do que eu me deixar de tretas de mãe galinha e avivar-me a memória e lembrar, honestamente, quem raio era eu com 13 anos a dois meses dos 14...

Tenho a vantagem de, nessa idade, eu me dar com pessoas mais velhas, a minha irmã tinha 15 e eu estava sempre com ela. É um bónus de dois anos, agora há que subtraí-los aos 28 que tenho de diferença da minha Flor!  Isto sim é uma mente complexa ! Mas se assim não fosse não tinha graça nenhuma!

Crescer é estúpido, envelhecer é estúpido, imagino que seja uma guerra: A alma criança e jovem, o corpo a desistir e a porcaria da fachada a obrigar a ser crescido...

Gostava que a Flor conhecesse essa jovem, ia-mos ser amigas!

Odeio este blogger novo, culpa minha pela ausência, diz que não a seguir nada, duvido que tenham todos fugido, como eu...

Daqui a meia hora o Pai da M, vai busca-las a Santos... Neste momento o que me ocorre é que deveria haver uma vacina para a juventude, eles entravam nela já a saber no que se metiam... Era tão mais fácil!

Faz-me tão bem escrever!

Para ti...

Agosto!
O Sol queimava a pele. Era difícil respirar. Havia festa e família e o quentinho do amor e dos amigos, amigos a sério, eram as férias. Haviam os sorrisos e os olhares doces dos miúdos, a brincadeira e o cansaço. Nela havia também um desejo, uma vontade, uma inquietude, uma ansiedade. Ela tinha que ver, que estar, ali. Ali.
Chegou e abraçou um corpo e viu uns olhos negros profundos, sem fim, apenas negros, apenas sem fim, sem fim! O seu amor grande então disse:
- Deixo-te sozinha!
Aí ela soube o que significava aquele negro, aquele vazio. Quis conter as lágrimas porque não eram bem vindas, quis conter a dor porque a razão assim insistia, quis fugir, mas lá fora estava tudo e do tudo não se podia fugir. Ela percebeu, por instantes fugidios, que o momento requeria um adeus. Fugiu ela desses instantes e ficou ali, sem nada, apenas com aquele olhar negro, profundo, sem fim.
Sem fim!
Sem fundo!
Sem nada!
O redor do olhar eram pontas afiadas que apontavam para um fundo, profundo, invisível... Fica a imagem, a dor, um negro ...

- Até já!

Palavras impensadas que explodiram dentro dela, porque não podia estar mais ali, porque não podia dizer adeus, porque o seu mundo a esperava sem saber da sua dor, afinal, um até já, desejado do fundo de uma alma que não existia assim, sem aquele corpo, sem uns olhos verdes cheios de vida e de calor e uma voz que gritava aos céus e os acalmava.

Virou costas com um até já e deixou-se mimar pelo amor, pela família, deixando a sua alma ali. Ali!

Então veio o frio, o gelo que entorpeceu o mundo, parou o sentido, parou o correr de tudo, parou... parou! Esse frio, esse gelo ficou na sua alma. Os dias passaram, a vida decorreu sem sentido, sem vigor, sem nenhuma força, ela apenas manteve o tudo, o tudo que era seu, deixando o tudo que era só dela. As manhãs, o acordar, os miúdos, as obrigações, as reuniões, as escolas, a família, o marido, a família, a casa, a roupa, o sono, o silencio, a vida... Até já!

Um dia anunciado porque a razão assim o entendeu, a Tita deixou-se levar pelo rio que lhe puxava as forças, e sentada nas margens molhada de lágrimas escondidas entendeu as palavras que disse. Já, era agora!

E agora são uns olhos vivos que acompanham e zelam, e ela sabe, a Tita. Uma decisão, uma nova etapa, uma força vinda talvez de um qualquer negro profundo cheio de força ou de o cheiro de um jasmim ou de a vida que transborda desse corpo que agora é dela... A Tita sentiu a paz, difícil, cinzenta, enorme.

Até já avó - disse a Tita, e finalmente sentiu... a chama pequenina dentro dela, chamando por deuses e céus e fogos, sedenta de cores e de chamas e de vida, clamando por gritos e euforias e cantos e risos... chamou-me a mim...

Sou a Inês e ouvi-te e guardo comigo o teu som os teus anjos a tua voz e a tua vida, comigo, sempre comigo! Sou a tua neta a tua Tita, és o meu colo, sempre!

Espritualidade... e eu....

Procurei uma imagem... mas nenhuma se parecia com a imagem da minha alma...

Um dia o Miguel disse-me: "Espiritualidade é a qualidade da relação que mantens contigo própria"


Estou num qualquer tipo de mudança, será idade? será essa qualidade de relação?
Sei que o processo demora e magoa e assusta.

Ainda não lhe vejo o fim.... mas...

Hoje a minha Flor disse-me: "Mãe: precisamos estar mais tempo juntas..."

e depois ficámos umas horas... ou muitos momentos, a falar e a brincar e a distância encurtou tanto... Este foi um momento que acrescentou qualidade à relação que tenho comigo.... Agora quero mais e está só nas minhas mãos!

Não, ainda não voltei!