e...????

Ter um Pai maravilhoso, dotado de um coração que já não existe, mas também dotado de uma tendência trágica para o flirt? Encontrou uma mulher maravilhosa, bonita, culta, sincera... mas mal ela vira as costas... ele é contactos e sms e encontros... A minha mãe foi há 20 anos, graças a Deus que já lá vai, a muito custo. Desde essa altura foi um corropio medonho, e eu c'a para ouvi-lo, agora que chega a hora de assentar (digo eu) aparece uma madrasta maravilhosa, mesmo feita à sua imagem e o gajo continua na mesma, aquela cena do flirtezinho barato? E eu? faço o quê?

Intrometo-me?

Tomo partidos?

Ele é as miúdas dos restaurantes, ele é as miúdas das portagens, venham de saias que ele ataca... Santo Deus, o homem não para, e é à minha frente, eu que o quero ver feliz, com alguém que o ajude, que cuide dele nestes anos que se aproximam e poxas, é só contactos e Olgas e Carmens e o diabo...

Meto-me nisto ou não tenho esse direito? Posso talvez lembra-lo que a continuar assim vai ficar sozinho. Ou serei eu a burra e o homem aos 90 ainda vai ter as Olgas e as Carmens???

Como Pai é o meu herói... como homem macho é vergonhoso... Como avô é um herói!

Para mim... é a pessoa mais maravilhosa que existe neste mundo... é brilhante!

Oh gajas... deixem o homem em paz!

Eu e a tua adolescência...

Apetece-me contar-te a minha adolescência, tu que insistes em achar que eu nada sei...

Vou mais longe que isso, eu sei que não sei o que é a TUA adolescência, começo por sentir que dos teus 11 anos, ainda faltaria tanto para isso, mas reconheço que tudo mudou!

Queria apenas que falasses comigo, que encontrássemos uma linha mais ou menos paralela, onde pudéssemos unir ideias, só isso! Não podemos estar assim tão longe... Hoje perdeste... eu dou-te o espaço mas tens que o merecer, traíste a minha confiança... perdeste! E eu não vou ceder, porque era uma regra nossa e como tudo na vida há consequências. Dói tanto, se soubesses... é importante? Não! Mas era a nossa regra!

Quero manter-me firme com as minhas convicções, mas insisto em questionar-me se não estarei a exigir demais... exigir de uma forma egoísta e cega. O dilema... Queria tanto que fossemos amigas, queria tanto que aceitasses a minha posição...

Agora estás na cama a ler o livro que te dei e eu estou zangada contigo, mas no fundo da minha alma apetecia-me tanto encher-te de mimos... Não posso porque oficialmente sou Mãe e bruxa e chata e sei lá eu o que me chamas.

Gostava de deixar aqui uma foto tua, uma das 1500 que tens no facebook, mas ironia das ironias, estou a escrever no magalhães do mano, e aqui não há fotos tuas...

Num sonho meu tu foste gerada, por amor, muito amor... depois num tubo de ensaio eu depositava o que de meu te queria dar, o pai podia fazer o mesmo (com a minha censura obviamente) depois era só ver-te crescer e limar uma ou outra aresta que fosse necessária e pronto, era só curtir-te!

Mas afinal, gerada com tanto amor... és uma caixa minada de explosivos que eu tento apagar e, contigo, arrumar. Não filha, nos teus 11 anos ainda sou eu quem manda e por isso a tua solução é falar! Só falar!

Ando à procura de um momento ou de um por do sol para te olhar nos olhos e dizer-te estas minhas fraquezas, mas o medo que tenho que o simplifiques é aterrorizador... Então sou a Mãe, bruxa, má.

Por hoje, que hoje foi duro, quero que sintas que pôr a mesa e os beijos de boa noite não apagaram a traição da nossa regra, por hoje quero que saibas que o amor que sinto por ti leva-me ao fim do mundo para te mostrar que a vida não são imagens, são olhares e lágrimas e sonhos e risos. Como naquela musica, "forget about the prize tags, we just want to make the world dance"

Esta merda é difícil, dou por mim a achar que a culpa é minha, ouvir as mães que me rodeiam é o pior, sagrada arrogância a minha!

Só peço a tal serenidade para ouvir e aceitar o que existe num mundo que viveu 11 maravilhosos anos...

e que se dane o magalhães que tem as teclas todas fora do sitio!
Nem sei se quero entender, talvez por isso ande longe daqui. Depois de uns dias de descanso, depois de tanta gente bonita à minha volta, depois de muito namorar e mimar e rir, sinto qualquer coisa que é estranha para mim, uma leveza que quase me atreveria a chamar paz!

Não tenho palavras por dizer, não finjo, dou de mim o que tenho, estou lá quando precisam de mim, tenho o que me enche a alma e é isso que importa! Os outros pormenores pequeninos vão se resolvendo e ultrapassando!

É paz isto que sinto!

Qualquer dia estou a escrever sobre o casamento real e afins! Melhor calar-me!

É bom sentir! Só!

meu espacinho

Chegámos de repente e os teus olhos demoraram um bocadinho para chegar aos meus. Não era só eu, era a Mariana e o Guiti e a Vitoria que te chama mãe, maravilhosa ciencia que fez essa relação! Gostei do sitio, gostei de ti... gostei quando disseste que a Tita não sou só eu... vou procurar o tal fio que gostavas de usar... nunca foi meu...Vou procura-lo até to dar porque mereces essa imagem, aquela por que lutaste a tua vida Cresço feita de vidas e choro de tantas mágoas, mas jurei não mais saber, jurei nunca crescer feita de amarguras. Hoje, sonho com um reencontro, ali, naquele sitio onde um dia me acollheram! Vou procurar o tal fio... preciso tanto de ti!
Sinto-me.... Feliz!
que se dane a minha mania de que felicidade não é nada, não se define. Pois mesmo sem definição é como me sinto!

Agora é gozar!

Porque boas notícias e todas frequinhas logo de manhã, porque o Sol ficou por cá, porque as pessoas maiores prevalecem na minha vida e as menores desaparecem!

Amanhã mais uma viagem!

Agora queria...

Desenrolar estes nós que me atam as mãos... Livrar-me da capa que me faz ser mais... Cair sem ajuda no meu maior ser... Deixar-me ser eu... só por um instante, Para que eu possa respirar, e sentir, e ser, e viver, e depois voltar. Ao meu papel de ser! Que se quer fazer maior. Que se quer sentir sem dó, nem pena, porque lá chegou!!!

Meu espaço, meu sítio maior...


Estou triste! Triste porque gosto tanto do meu país... Do Norte e do Sul, da Costa e das Serras, do meu Alentejo brilhante! Gosto das suas gentes bonitas, verdadeiras e lutadoras. Gosto da pesca e da terra, da gente das praças, das gentes dos bairros, dos barcos e animais...


Nasci quando nasceu a liberdade, dizem! Passaram 40 anos de liberdade, de uma chamada "Democracia", e para mim, que não estudo nem gosto, nem aprofundo temas deste calibre, quando olho para este País fico assim, triste!


Nestes 40 anos em que se abraçou a liberdade e a democracia, ficou-se sem braços para os valores que, quando eu nasci, pautavam as minhas gentes, as tais!


Nestes quarenta anos, baixou-se a guarda, e os braços e cada um por si, em lutas cegas de luxo e poder roubou o que este País tão lindo ainda tinha!


Sinto, sinto-me roubada, enganada, esquecida, impotente e com medo. Leiga no assunto atrevo-me a dizer que os governos de 40 anos de história deste País, o roubaram, tanto, tanto, que agora, somos um país triste, falido, sem meios, sem força, sem sonhos!


Continuo a pôr os meus meninos ao largo desta imagem, levo-os para outras histórias, peço-lhes que sonhem com um futuro magnífico alicerçado nos seus estudos e trabalhos e criações e sonhos!


Pode ser que um novo ciclo se inicie, apesar da minha sede de ver os responsáveis punidos nunca seja saciada, que eles sejam afastados e os seus nomes fiquem na nossa história, como os ladrões que falsificaram e burlaram um País lindo como o meu!
Também eu preciso sonhar, de vez em quando!
Amanhã queria uma casa arrumada e não ouvir um "Mãe" durante todo o dia. Acordava tarde com um croissant quentinho com muita manteiga e sumo de laranja e um café forte, depois via o mar da minha janela e ficava ali a acordar até me apetecer, e via filmes a tarde toda, no intervalo saía pela praia descalça e molhava os pés na agua fria e sentia o calor dos últimos raios de sol. O jantar aparecia feito com ostras e uma lagosta gratinada e um vinho verde gelado. E tu estavas sempre comigo! Fui à depilação e saí com uma queimadura na virilha que me dói bastante... Dizem que amanhã vai chover! A Flor tem competição de patinagem às 8... Bem, parece-me que vais estar sempre comigo... É sexta feira e eu estou esgotada.