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Quando te senti pela primeira vez, no meu peito, acabada de nascer, eu chorei... Não me canso de lembrar esse instante, chorar de amor e felicidade é um privilégio de poucos... Tu deste-mo, e eu chorei por te ter...
Desde esse instante construí castelos e praias à tua volta, o tempo seguiu frio e insensível, e nesse tempo eu estive longe e preocupada ou distante e cansada, ou dorida e desanimada... Mas falamos e rimos e já eram horas de dormir, as regras e os horários... Um dia revi-me em ti, quis falar-te... Não consegui... Claro que me culpo, como sempre, mas olho para ti e sinto-te tão distante e culpo-me. Zango-me quando penso que devias fala comigo, e não falas... Sinto-te longe... queria-te perto...

Já não me atormenta a mania de que sou a geração de oitenta, já não me sossega pensar que conheço a verdade... Já assumi, não sei! Sei que também tu não sabes o que eu vivi... um dia...

Neste momento estás longe, estás dispersa de mim e isso magoa-me. Amanhã nem sei onde estarás, só sei que estás no meu peito e há uma lágrima que me prende a este mundo... Aquela lágrima que me ensinou a amar-te!

Estou aqui, sempre!

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