"Mãe:
Abre os olhos ao menos, diz que sim!
Diz que me vês ainda, que me queres.
Que és a eterna mulher entre as mulheres.
Que nem a morte te afastou de mim!"

... Soubesse eu que me escutas, Mãe!
Que no teu balbuciar que não entendo,
quando não me respondes,
eu perceber que não és outra, não me enganas, não te escondes!
Beijo-te as mãos e o rosto e sinto frio.
Por detrás do terror deste vazio
O da perda que já sinto, porque vais deixar-me.

Inerte na ponte onde o mistério da vida te acolhe
sacia meu egoísmo, diz-me que me escutas
quando afago as tuas mãos que definham,
acaricio os teus cabelos, no olhar perdido do adeus,
jurar-te ao ouvido que não poderei esquecer-te.
Porque serás eterna para todos os que deixas e te amam."
 
 
Escreveu o meu Pai, estas palavras que também me cortam a alma...

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