Que tal...

No Outono, todos os tons vermelhos e quentes do Alentejo, transformam-se. A paisagem fica verde e molhada pelas primeiras chuvas. Cheira a terra e a lenha. Cheira a pão e a pasto. Há um silêncio que se ouve, de tão profundo que é. Há uma luz ao final da tarde enevoada pelo frio que no faz ver mais longe.


Passei muito da minha meninice no Alentejo, em vários Alentejos.



Se eu pensar num olhar de felicidade, vejo o da minha mãe quando enchia o peito daquele ar com cheiro a lenha e me convencia a irmos passear e apanhar espargos verdes.

A meninice no Alentejo tinha terra e lama e brincadeiras e liberdade.



Apanhar espargos verdes era uma tarefa impossível. Na base de um qualquer sobreiro, deveria estar um pequeno arbusto, no meio desse pequeno arbusto poderia estar um espargo. Acho que nunca encontrei nenhum. Andávamos e andávamos, e as botas ficavam molhadas, e normalmente eu preferia fazer outra qualquer coisa e cansava-me daquela tarefa.



e agora...



Que tal amanhã bem cedinho, rumarmos a sul só para tentar encontrar um espargo verde? Nós os quatro de botas molhadas e mãos na terra? Ouvíamos o silêncio, sentíamos o ar frio e éramos só nós... e o Alentejo magnífico? Que tal?

4 comentários:

CF disse...

Preciso tanto de paz, que acho que amanha, procuraria um espargo verde...

Alda Couto disse...

O Alentejo é sempre bonito, mas nesta altura do ano é mais ainda :):)

Sandra disse...

Alentejo do meu contentamento. É desta forma carinhosa que me refiro ao meu alentejo. Não tenho raízes lá, mas desde a primeira vez que o visitei que me apaixonei por ele e todos os anos tenho de lhe percorrer os caminhos.
Boa sorte com os espargos.
:)

Vendas disse...

Era bom que a vida nos permitisse andar aqui e acolá!