e eu ...


Anoiteceu e Lisboa encheu-se de nevoeiro. As luzes amarelas nas ruas enfeitadas de cores, envolvidas por uma névoa fria, fizeram-me parar e encher o peito de ar.
Senti que tudo aquilo me pertencia um bocadinho, libertei-me de alguns receios, afastei uma ou outra angústia, senti um bocadinho do Natal.
Um Natal cheio de memórias de tantos outros... se me lembro de um presente especial? Não! Lembro-me da minha mãe que trazia o pinheiro. A minha avó que se esmerava naqueles assados especiais, o avô que trazia o cabrito. Lembro os sons e a paixão com que os ouvia. Lembro os quilómetros que percorríamos para juntar a família. Lembro a alegria e a festa! Afinal é um Natal assim que quero... Sei que o tempo leva os brinquedos, estraga outros presentes, envelhece as nossas mãos mas não apaga a memória dos sorrisos, da alegria e da festa! Que saudades!
Agora tenho a maravilhosa responsabilidade de criar estas memórias nos meus filhos. Afastá-los o mais que puder desse Natal forçado e criar sonhos.

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