Minha vidinha

Sim, sem me queixar!
Ando há umas semanas a cozinhar na minha cabeça, o que começou por uma necessidade e de repente se está a tornar um imperativo.
Mudar... mudar coisas, mudar rumos, alterar umas quantas perspectivas, pôr em prática aquilo que sei tão bem ser necessário.
Ser assim mãe de duas florinhas, sozinha, é uma tarefa árdua, pode chegar a ser demasiado esgotante. O cansaço inibe-nos e não nos deixa divertir. E eu preciso divertir-me, preciso rir!
Lá na empresa, tenho que reconhecer, há algumas batalhas que preciso iniciar, mesmo sabendo de antemão os muros e traveses de betão que vou enfrentar.
E eu, demasiadas vezes me descuro, porque vivo demais para os outros, mesmo sendo esses outros quem eu mais amo, quem eu tenho que educar. Quando não estou bem comigo, a verdade é que são eles, eles que estão sempre comigo, quem sofre o meu mau humor ou simplesmente a minha ausência. Sendo assim de que serve estar presente se na realidade não sou eu quem ali está?
A rotina e a solidão! A solidão nunca me fez mal, porque comigo eu estava sempre bem, agora preciso de mais... A rotina, tão inevitável enquanto os miúdos são pequenos, só eu posso alterá-la, mais tarde talvez...
A minha vida tem sido de lutas, sempre. Não têm sido lutas normais, tenho passado por demasiadas incomuns, inesperadas. A verdade é que ganhei a maioria, uma ou outra simplesmente foi deixando de ter importância. Quando no empenhamos para ultrapassar algo difícil, somos invadidos por uma força inata. Quando de repente aparece a paz, já não estamos habituados a tirar a roupa de guerreiros. Será isso?
Será que simplesmente não sei aceitar a paz?
Quero relaxar, libertar-me de uma boa dose de stress criado pela mania obsessiva da perfeição.
Quero acreditar que pedir à avó que fique com os miúdos não é uma coisa má, não estou a abusar, não me estou a esquivar das minhas responsabilidades e principalmente, não! eles não vão ficar tristes e deprimidos!
Queria voltar a pintar, a desenhar, queria tanto ter uma roda de oleiro... Este ano fui juntando tudo o que precisava para começar a pintar. Gastei um dinheirão e nem sequer comprei óleos nem tela, fiquei-me pelas aguarelas e por uns lápis de pastel novos que podemos misturar água. Comprei papel e pincéis e tenho tudo ali, guardadinho.
A verdade é que não vislumbro "quando" terei um bocadinho para pegar em tudo isso. A verdade é que tenho um medo tremendo de, se o fizer, aquela inspiração e garra de outros tempos, simplesmente já não existir.
O que há umas semanas começou com uma necessidade de mudar qualquer coisa, complicada como sou, neste momento é um novelo!
Mas disto eu percebo, tenho a formação necessária... Há que planear... com calma, sem longos prazos.. começar talvez pelo hoje... pelo amanhã.
Preciso ser mais fiel às minhas convicções. Pôr em primeiro lugar o que está verdadeiramente em primeiro lugar! O amor, os filhos, as pessoas, a alegria, os meus livros, eu, eu, eu... Depois talvez a roupa e o aspirador apareçam para eu não me sentir muito mal. Lutar muito contra as aparências e defender com a alma o essencial. Chega a parecer fácil!
Vou fazer uma lista... não com prioridades pois essas são bem claras. Com acções concretas. Vou fazê-lo para mim, em segredo.
Fez-me tão bem escrever hoje!!!
Sim, porque já tenho computador em casa e este é o meu espacinho, e habituei-me tanto a deixar aqui tudo!
Depois de ler isto, fiquei com a ideia que afinal tenho mais uma luta, acho que era isso que eu precisava!

2 comentários:

Lina disse...

Por vezes deixamo-nos ir na rotina e vamos ficando para baixo e quando damos conta ja estamos mesmo lá no fundo.
Ser mãe, esposa, dona de casa, trabalhadora tem destas coisas.
Primeiro estão sempre os outros, primeiro esta sempre a casa... e eu?? quando penso em mim???
Como dizem os pacotes de açucar: "Um dia começo a pensar 1º em mim..." Hoje é o dia!

Beijinhos e muita força!

Alda Couto disse...

:):):):):):) Apetecia-me encher aqui o espacinho de sorrisos :):)
Muita força para ti.