São tempestades, ventos ou luzes ou chuvas que me despertam para outra realidade. Abanões violentos que param a minha mente, que a libertam de poeiras e neblinas. Fazem-me ficar quieta!
Nesses instantes o olhar fixa uma qualquer imagem ali mesmo à minha frente, sem obstáculos que me separem dela, nesses instantes sinto -me fundir com a vida plena que me rodeia. Depois disso chegam-me à alma os mais puros dos sentimentos, ocupam-me o ser as mais verdadeiras certezas.
Sim, quero rir e festejar a vida, quero gritar ao mundo inteiro a felicidade que me inunda. Quero nunca mais sentir a dor da perda, a perda das oportunidades todas que o tempo me ofereceu e que eu deixei escapar. Quero apanhar o passo do Outono que esperou por mim. Quero deter-me no belo e virar costas ao negro, fixar-me em olhares e caricias e apagar as horas. Crescer, crescer, continuar a jornada e varrer teias e pó das gavetas da minha memória, deixar mais espaço e abrir mais janelas, para que entre o vento e a luz e a chuva.
Depois..., vão caindo os ombros, vou acumulando a vida sem tempo para mais arrumações, acordo sem tempo para olhar... Fico assim, até nova tempestade!
Porquê?
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